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Em 22 anos, Bloco de Esquerda tornou-se a terceira força política do país

O Bloco de Esquerda (BE) foi fundado em 28 de fevereiro de 1999 e, mais de duas décadas depois, tornou-se a terceira força política nacional.

Em 22 anos, Bloco de Esquerda tornou-se a terceira força política do país
Notícias ao Minuto

07:42 - 22/05/21 por Lusa

Política Convenção do Bloco de Esquerda

Esse lugar foi conseguido em 2015, e sob liderança de Catarina Martins, devido ao melhor resultado de sempre numas eleições legislativas, tendo nessa altura integrado uma solução inédita num apoio parlamentar ao governo minoritário socialista, que ficou conhecida como 'geringonça'.

Em 2019, conseguiu manter o mesmo número de deputados, continuou a ser a terceira força política nacional, mas perdeu cerca de 50 mil votos e a geringonça não foi reeditada.

Depois de viabilizar, pela abstenção, quer o primeiro Orçamento do Estado do segundo governo de António Costa quer o orçamento suplementar de 2020, as negociações com os socialistas para o Orçamento do Estado para 2021 falharam e o BE acabou por votar contra.

Fundação e principal história eleitoral

Francisco Louçã, Luís Fazenda, Miguel Portas e Fernando Rosas foram os rostos mais visíveis da formação do BE, que nasceu em grande parte pela união de três forças políticas: o Partido Socialista Revolucionário (PSR), a União Democrática Popular (UDP) e a Política XXI.

O Tribunal Constitucional legalizou o partido a 24 de março de 1999.

Nas legislativas de estreia, a 10 de outubro de 1999, elegeu os dois primeiros deputados, sendo a bancada parlamentar constituída por Francisco Louçã e Luís Fazenda. Dois anos mais tarde, o partido conquistou pela primeira (e última) vez uma câmara, a de Salvaterra de Magos, que perdeu nas autárquicas de 2013.

Depois de nas eleições legislativas de 2011 a bancada parlamentar do BE ter ficado reduzida a metade (de 16 para oito deputados), nas legislativas de 2015 o partido conseguiu o melhor resultado eleitoral, alcançando a maior bancada parlamentar da sua história: 19 deputados, passando assim a ser a terceira força política na Assembleia da República, depois de PSD e PS.

A 10 de novembro de 2015, o BE assinou uma posição conjunta com o PS, um dos acordos à esquerda que permitiu viabilizar o governo minoritário socialista liderado por António Costa.

Nas eleições de 2019 para a Assembleia da República os bloquistas desceram da fasquia dos dígitos alcançados em 2015 e alcançaram 9,52%, perdendo 50 mil votos. Ainda assim, mantiveram os 19 deputados que ocupam a bancada do BE no parlamento.

Liderança

Francisco Louçã foi formalmente eleito coordenador do partido a 08 de maio de 2005, mas já era a cara da liderança do partido, tendo a sua saída, em 2012, gerado uma fase de incerteza nos destinos bloquistas.

Na Convenção Nacional de novembro de 2012, Catarina Martins e João Semedo foram eleitos coordenadores do Bloco de Esquerda, tendo iniciado uma inédita liderança "bicéfala", modelo abandonado dois anos depois na Convenção Nacional seguinte, em 2014.

Nesse ano, o partido passou a ser dirigido por seis coordenadores: Pedro Soares, Pedro Filipe Soares, Joana Mortágua, Adelino Fortunato, Nuno Moniz e Catarina Martins, que então era porta-voz do BE.

Na reunião magna do partido em 2016 deixou de existir o cargo de porta-voz e retomou-se a figura de coordenador/a nacional, lugar ocupado por Catarina Martins.

Já na XI Convenção Nacional, em novembro de 2018, sob o lema "Agora a esquerda", a lista de continuidade e sem grandes alterações de Catarina Martins, Pedro Filipe Soares e Marisa Matias foi eleita confortavelmente e conseguiu 70 dos 80 lugares na Mesa Nacional.

Órgãos estatutários: Convenção Nacional; Comissão de Direitos; Mesa Nacional; Comissão Política; Assembleias Distritais ou Regionais; Comissões Coordenadoras Distritais ou Regionais; Assembleias Concelhias; Comissões Coordenadoras Concelhias; Núcleos.

Número de aderentes

De acordo com os dados oficiais do partido disponibilizados à agência Lusa, atualmente o BE tem 9389 aderentes.

Desde o início do ano, o partido lançou uma campanha de adesão para angariar mais membros, tendo conseguido 632 novos aderentes.

Aderentes por sexo:

- 36% mulheres

- 64% homens

Aderentes por escalão etário:

- Até aos 30 anos - 18%

- Dos 31 aos 40 anos - 17%

- Dos 41 aos 50 anos - 20%

- Dos 51 anos 60 anos - 14%

- A partir dos 61 anos - 30%

- (1% não têm contagem de idade)

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