Porfírio Silva, deputado pelo Partido Socialista (PS), recorreu ao Facebook para fazer o seu comentário ao facto de o Partido Social Democrata (PSD) ter cancelado a presença na cerimónia de encerramento do III Congresso do Chega, este domingo.
"O único programa político do Chega é o ódio. Mas o seu espaço de crescimento é o vazio da direita tradicional", começou por apontar o político, acrescentando: "Se o PSD só se interessa por ganhar uns votitos, em ziguezague à procura de qualquer pretexto para se dizer oposição, não custa nada ao Chega correr na mesma pista".
Mas Porfírio Silva vai mais longe na sua apreciação e deixa duas questões: "O PSD só nota que o protofascista ultrapassa os limites da decência quando a conversa lhe bate à porta? Enquanto o protofacho está a mandar outros portugueses 'para a terra deles' ou o alvo é a esquerda, não dá por nada?"
Recorde-se que o partido de Rui Rio decidiu cancelar a presença no encontro do Chega devido à forma como André Ventura se "referiu nas suas intervenções ao PSD". "Em face do conteúdo e da forma como o líder do Chega se referiu nas suas intervenções ao PSD, o Partido Social Democrata decidiu não se fazer representar na cerimónia de encerramento para a qual estava convidado", pode ler-se no comunicado dos sociais-democratas.
Direção Nacional do PSD: “Em face do conteúdo e da forma como o líder do CHEGA se referiu nas suas intervenções ao PSD, o Partido Social Democrata decidiu não se fazer representar na cerimónia de encerramento para a qual estava convidado”.
— PSD (@ppdpsd) May 30, 2021
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O deputado do PS recordou, ainda no Facebook, o caso em que André Ventura foi condenado a pedir desculpa aos membros de uma família residente no Bairro da Jamaica, no Seixal, por lhes ter chamado "bandidos". "O protofascista diz que quer julgar políticos, mas foge com o rabo à seringa das condenações que a justiça lhe aplica", sublinhou Porfírio Silva.
De lembrar que o líder do Chega já afirmou que vai recorrer. Na sentença, a que a Lusa teve acesso, a juíza do tribunal de Lisboa, reconhece as "ofensas ao direito à honra e ao direito de imagem" da família Coxi.
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