Rio diz não querer "interferir" na polémica entre Costa e Marcelo

O presidente do PSD, Rui Rio, escusou-se hoje a responder a qualquer pergunta relacionada com as diferentes posições manifestadas por primeiro-ministro e Presidente da República sobre o desconfinamento, dizendo não querer "interferir nessa polémica".

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Lusa
15/06/2021 13:43 ‧ 15/06/2021 por Lusa

Política

Covid-19

 

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"Obviamente que tenho uma opinião sobre isso, agora serei o último a vir expressar-me neste momento quando há essa polémica, digamos assim, entre primeiro-ministro e Presidente da República, acho que não o devo fazer e não devo interferir nessa polémica", afirmou, questionado pelos jornalistas à chegada a um almoço em Portalegre, inserido nas jornadas parlamentares do partido.

Perante a insistência dos jornalistas, Rio reiterou ter uma opinião sobre o assunto.

"Mas dadas as circunstâncias não a quero dar, não vou interferir nessa polémica entre primeiro-ministro e Presidente da República", reiterou, escusando-se também a responder se a lamenta.

"Nem lamento nem deixo de lamentar", disse.

O primeiro-ministro considerou hoje que existe um "mal-entendido", alguma "intriga e confusão" sobre a ideia de que desautorizou o Presidente da República face ao processo de desconfinamento, frisando que, por natureza, primeiros-ministros não desautorizam chefes de Estado.

Na segunda-feira à noite, em Budapeste, o chefe de Estado foi confrontado pelos jornalistas com afirmações proferidas nessa tarde pelo primeiro-ministro, em Bruxelas, segundo as quais ninguém, nem o Presidente da República, podia garantir que não se volta atrás no processo de desconfinamento.

Interrogado se foi desautorizado por António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro. Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o primeiro-ministro que nomeia o Presidente", salientou.

Para António Costa, "entre intriga, confusão, mal-entendimento, há seguramente alguma coisa, mas não há seguramente nenhum conflito" institucional.

"Nem sempre primeiro-ministro e Presidente da República pensam o mesmo. Mas nunca houve qualquer ação desarticulada entre primeiro-ministro e Presidente da República, sobretudo no que diz respeito ao combate à pandemia da covid-19. Portanto, não vale a pena andarem a criar romances", sugeriu António Costa.

O primeiro-ministro disse depois que os romances "devem ser deixados para a ficção".

"A realidade já é suficientemente densa para nos poder ocupar", acrescentou.

Leia Também: Costa desautorizou Marcelo? Houve um "mal entendido" e "alguma intriga"

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