"A Iniciativa Liberal recebe infelizmente sem surpresa a notícia da detenção de Joe Berardo num processo que envolve a CGD, o BCP e o Novo Banco, tendo em conta, nomeadamente, as declarações do próprio em plena Comissão de Inquérito", refere o partido liderado pelo deputado único, João Cotrim Figueiredo, em comunicado.
Para os liberais, "este é um caso em que importa, mais do que olhar para a árvore, ter presente a dimensão e a gravidade da floresta".
"Berardo fez parte de um esquema orquestrado a partir das mais altas esferas do poder político da altura, com a complacência dos reguladores, no contexto de uma estratégia de ocupação do mercado financeiro e de favorecimento de clientelas e cumplicidades", acusa.
Deixando claro que é preciso investigar as responsabilidades de Joe Berardo, a Iniciativa Liberal considera "fundamental aprofundar a responsabilidade política e criminal de todos os envolvidos na teia de interesses que levou à concretização de decisões ruinosas que lesaram os contribuintes de forma deliberada e dolosa".
"Acabar por condenar aqueles que, por tática ou falta de jeito, fazem tristes figuras públicas sem igual desfecho para outros com grandes responsabilidades políticas ou regulatórias, significará não desmantelar as cumplicidades e teias de interesse que propiciaram estas situações", avisa.
Para os liberais, "a sucessão de escândalos financeiros e políticos" evidencia que é preciso "uma reforma urgente da ideia de Estado", focado "nas suas funções nucleares e não ao serviço de estratégias oportunistas" e substituindo os "atores políticos que construíram o seu percurso na órbita de interesses inconfessáveis".
O empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luís Gomes foram hoje detidos no âmbito de uma operação que visou "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta manhã que fez buscas em Lisboa, Funchal e Sesimbra numa operação que visa "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, por suspeita de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.
A PJ indica em comunicado que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a Caixa Geral de Depósitos, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à Caixa, ao Novo Banco e ao BCP.
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