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Oliveira sugeriu a PSD aliança com Tino de Rans antes de desistir de Gaia

O ex-selecionador nacional de futebol António Oliveira, que desistiu da candidatura a Vila Nova de Gaia a 18 de junho, sugeriu ao PSD uma aliança com o RIR, partido presidido por Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans.

Oliveira sugeriu a PSD aliança com Tino de Rans antes de desistir de Gaia
Notícias ao Minuto

08:26 - 30/06/21 por Lusa

Política PSD

Fontes ligadas ao PSD confirmaram hoje à agência Lusa que, por sugestão do agora ex-candidato, Vitorino Silva chegou a reunir-se com o presidente da Distrital do PSD do Porto, Alberto Machado, e que a ideia de juntar Tino de Rans à campanha partiu de António Oliveira.

Segundo o cabeça de lista pela coligação PSD/CDS-PP/PPM à União de Freguesias Gulpilhares e Valadares, Pedro Guilherme-Moreira, este episódio foi relatado na reunião de emergência que aconteceu na manhã após a desistência de Oliveira.

"Soubemos no sábado [19 de junho], numa reunião de emergência com os candidatos às Juntas de Freguesia, que António Oliveira tinha proposto a aliança com o RIR [Reagir, Incluir e Reciclar] e a colocação do Tino [de Rans] em posição elegível para vereador. Se essa sugestão foi aceite ou se gerou o desfecho a que assistimos, não sei, mas ele [António Oliveira] ter proposto a aliança é sintomático", descreveu.

Outra fonte social-democrata, que recusou identificar-se, confirmou igualmente que Oliveira propôs o acordo com o RIR.

Esta reunião aconteceu um dia depois de António Oliveira ter tornado público que desistia da corrida às autárquicas de Vila Nova de Gaia. Tinha sido anunciado pelo próprio presidente do partido, Rui Rio, a 29 de março.

A aproximação de Vitorino Silva a António Oliveira aconteceria pela popularidade do ex-candidato à Presidência da República, natural de Rans, concelho de Penafiel, de onde o ex-selecionador é natural.

Hoje, contactado pela Lusa o líder do PSD/Gaia, Cancela Moura, disse que "não presta mais declarações" relacionadas com a desistência de António Oliveira.

E, também sem confirmar ou desmentir, o presidente da Distrital PSD do Porto, Alberto Machado, escusou-se a prestar declarações sobre o tema.

Contactada pela Lusa, fonte da direção nacional do PSD recusou comentar a situação, alegando que o caso tem a ver com "as estruturas locais" do partido.

Todos os patamares de decisão remeteram para mais tarde o anúncio de um novo nome como candidato a Gaia.

Por sua vez o presidente do RIR garantiu que "apoiaria António Oliveira de olhos fechados e de cruz" se a candidatura se concretizasse, adjetivando o ex-selecionador de "líder carismático" e "alguém que ia fazer a diferença num concelho, Gaia, que não pode ser a amante do Porto e tem de se assumir como maior concelho do Norte de Portugal".

"Toda a gente sabe que gosto muito do António Oliveira. Ele teria sempre o meu apoio. E logo em Gaia, onde vi o mar pela primeira vez, onde andei na faculdade, um concelho metade rural e metade urbano como eu e como o António Oliveira", disse Vitorino Silva, líder do RIR, partido com sede em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.

A agência Lusa tentou chegar à fala com António Oliveira, mas até ao momento sem sucesso.

O ex-selecionador nacional tornou pública a sua desistência em carta aberta na qual referia que se retirava por "uma questão de higiene", recusando pôr os "interesses de uns personagens" à frente dos interesses da população.

Na segunda-feira seguinte, a 21 de junho, em conferência de imprensa, o PSD de Gaia e a Distrital social-democrata do Porto devolveram as críticas ao ex-selecionador.

"Esta escolha acabou por ser um erro de 'casting'", disse Alberto Machado, enquanto Cancela Moura acusou Oliveira de "falta de caráter".

Até agora foram oficializadas à câmara de Gaia as candidaturas da deputada à Assembleia da República Diana Ferreira (CDU), do engenheiro civil Renato Soeiro (BE) e a do gestor Alcides Couto (Chega).

Esta autarquia é atualmente liderada pelo PS, que conquistou, nas autárquicas de 2017, nove mandatos, sendo oposição no executivo o PSD com dois eleitos.

As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para o período entre 22 de setembro e 14 de outubro.

Leia Também: "Se as eleições correrem pior que em 2017, é um encontrão para eu cair"

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