Esta posição foi assumida por Marcelo Rebelo de Sousa no final da XIII cimeira da CPLP, numa longa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro, António Costa, e com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
"Esta cimeira ultrapassou as expectativas que eram já positivas pela conclusão do acordo de mobilidade" no espaço lusófono, declarou o chefe de Estado.
No entanto, de acordo com o Presidente da República, a cimeira de Luanda "serviu para reforçar a ideia da cooperação em curso em matéria sanitária neste período pandémico que está a ser vivido em ritmos diferentes pelos países da CPLP".
"A ideia de irmos longe num instrumento financeiro de investimento, assim como outras intenções, tudo isso é muito promissor e um virar de página. Pode dizer-se que Portugal saiu muito feliz desta cimeira, porque correspondeu ao esforço de uma presidência [de Cabo Verde] em tempo difícil", sustentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Perante os jornalistas, o chefe de Estado manifestou-se convicto "num novo ciclo de arranque político-diplomático na CPLP", também abrangendo os domínios da língua e da cultura e no alargamento da própria comunidade -- aqui numa alusão à entrada de Timor-Leste após ter conseguido a sua independência ao libertar-se da ocupação por parte da Indonésia.
"Este segundo ciclo não deixa de cuidar dos valores principais e foi reafirmada várias vezes a questão do Estado de Direito, dos direitos humanos e da democracia ligada a uma questão de desenvolvimento sustentável", disse.
No entanto, na perspetiva de Marcelo Rebelo de Sousa, esta cimeira de Luanda abre para um caminho de desenvolvimento social, destacando o acordo alcançado em matéria de mobilidade.
"Esta cimeira abre ainda para a economia e para a vida empresarial", completou o chefe de Estado, numa alusão à prioridade da nova presidência angolana da CPLP ao longo do próximo biénio.
Ainda segundo Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cimeira "houve uma grande sintonia das intervenções todas".
"Há uma convergência natural que explica a aclamação de todos os documentos submetidos à apreciação da conferência, todos eles, desde os que respeitam ao alargamento [de países observadores], até àqueles que tratam de temáticas específicas", acrescentou.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, que hoje celebra 25 anos.
[Notícia atualizada às 19h29]
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