Um dos temas do habitual comentário de Luís Marques Mendes, aos domingos na SIC, foi a sondagem da Aximage para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF que indica, entre outros fatores, que 81% dos inquiridos querem uma remodelação no Governo de António Costa antes das eleições autárquicas, com o ministro Eduardo Cabrita no topo da lista. "Acho que todo o Governo está à espera da remodelação. Mais: acho que dentro dos gabinetes não se fala de outra coisa", começou por afirmar o social-democrata.
A queda de popularidade de António Costa, outra das informações reveladas pela mesma sondagem, está relacionada, de acordo com o comentador, com "o desgaste do Governo" e "também com a ideia de que o primeiro-ministro está a adiar uma remodelação".
"Acho que Eduardo Cabrita, que é o caso mais complicado, mais delicado, mais problemático, está a ser um abcesso político dentro do Governo", considerou ainda o Conselheiro de Estado, acrescentando que o ministro da Administração Interna "está a contaminar mesmo a autoridade e a popularidade de António Costa".
Luís Marques Mendes não tem "nenhuma dúvida" que o chefe do Governo "vai remodelar" e "só falta saber quando". Como é um "clássico", frisou, "só fará uma remodelação quando não se falar dela".
Mas há "um pequenino detalhe": quanto mais tarde "pior, mais desgaste". "É que se adia isto para depois das eleições autárquicas, os autarcas socialistas podem pagar uma fatura pesada decorrente de um voto de protesto ou de castigo por causa do desgaste que se vai acelerando".
"Até já custa um pouco criticar Cabrita. Ele coloca-se todas as ocasiões a jeito"
Ainda sobre Eduardo Cabrita, Marques Mendes considerou que esta sexta-feira, dia em que ficou a ser conhecido o relatório da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) sobre os festejos do título de Campeão Nacional de futebol do Sporting, o ministro "com a conferência de imprensa, ainda saiu pior". "Até já custa um pouco criticar Eduardo Cabrita. O problema é que ele se coloca todas as ocasiões a jeito", referiu.
Nesta situação, o governante fez "três ou quatro coisas todas erradas", sendo que a primeira foi dar uma conferência de imprensa sobre a questão do relatório antes de este ser divulgado", salientando que os jornalistas não puderam questionar Cabrita por não conhecerem o documento.
E acrescentou. "Depois lido o relatório, chega-se à conclusão que ele tresleu. Deu-lhe a interpretação que lhe dava jeito [...] No fundo, o relatório diz que o ministro deu cobertura a tudo o que aconteceu".
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