"Isto é um país em autogestão", declarou Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da visita que efetuou a uma empresa do ramo das instalações hidráulicas, no Funchal.
O governante madeirense salientou que, na questão da "TAP, ninguém toma decisões sobre coisa nenhuma", frisando que a empresa "continua a perder dinheiro todos os dias e quem vai pagar essa situação são os contribuintes".
Albuquerque classificou também de "incompreensível" a falta de iniciativa do Governo socialista de António Costa na situação da empresa de 'handling' Groundforce.
"E a Groundforce? Eu acho que o Governo ainda tem lá uma participação. Mas o Governo não tem nada a dizer sobre esta situação? Não intervém? Não consigo compreender!", argumentou o chefe do executivo madeirense.
Os sindicatos da Groundforce, que convocaram uma greve de 48 horas do passado fim de semana, defenderam que "urge encontrar soluções de diálogo" que resolvam "estruturalmente" as questões dos salários, acionistas, TAP e turismo do país.
A greve de dois dias cancelou várias centenas de voos nos aeroportos portugueses, afetando sobre o de Lisboa.
A paralisação vai prolongar-se ainda pelos dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto.
Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de 'handling' ter acusado a companhia aérea de ter uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.
O presidente do executivo madeirense voltou a "agradecer" publicamente ao pessoal da Groundforce da Madeira e Porto Santo, considerando que "foi excecional, colaborou com o Governo [Regional] e compreendeu que, numa situação de reabertura das nossas fronteiras", mesmo com a situação "inaceitável" dos salários em atraso, permitiram que "não tivesse situações de grande gravidade nos dois aeroportos" da região, sobretudo o do Porto Santo.
"Colaboraram connosco e fizeram o seu dever", destacou.
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