Numa intervenção no debte do estado da nação, que tocou em temas diversos, depois de passar pelos problemas de pobreza energética, Inês Sousa Real destacou que Portugal teve "uma das crises mais relevantes" do ponto de vista dos Direitos Humanos, referindo a morte de Ihor Homeniuk ou o caso da partilha, pela autarquia lisboeta, de dados de ativistas russos.
A porta-voz do PAN rematou a intervenção referindo a importância da proteção animal e regressou ao tema do combate às alterações climáticas: "Não podemos esquecer-nos que os nossos governantes e aqui de facto apelo diretamente, são talvez os últimos eleitos que têm efetivamente a possibilidade de combater o ponto de não retorno. As alterações climáticas não são uma miragem do futuro, são uma realidade do presente".
No campo social, Inês Sousa Real apontou ainda que a igualdade de género ficou "para trás", referindo que "mais de 80% dos apoios sociais foram requeridos pelas mulheres" e mostrando preocupação com os casos de violência doméstica.
"Senhora deputada, desculpar-me-á mas com essa metralha de perguntas eu vou ter que me concentrar naquelas que me pareceu o tema central da sua intervenção, que tem a ver com o combate às alterações climáticas", começou por dizer António Costa.
O primeiro-ministro destacou que foi na presidência portuguesa do Conselho da União Europeia que foi aprovada a Lei Europeia do Clima, apontando ainda que "a Comissão Europeia no seu relatório considera que Portugal é de todos os países da União aquele que tem melhores condições de poder alcançar estas metas e isto não acontece por acaso".
"Acontece porque, apesar de todo o cenário adverso que enfrentamos de risco de seca, de erosão costeira, de fogos florestais, temos efetivamente agido proactivamente para termos a energia mais sustentada em fontes renováveis, para alargar a eficiência energética", sustentou.
O primeiro-ministro realçou ainda que no Plano de Recuperação e Resiliência, juntamente com o PT2030, os recursos afetos ao combate às alterações climáticas triplicam. Costa referiu também que na área do bem-estar animal a Provedora do Animal já está em funções.
Leia Também: PCP exige respostas aos "atropelos aos direitos laborais"