"O Governo nunca concretizou nenhuma das medidas [inscritas no Orçamento do Estado (OE) para 2019). No OE de 2021 não tinha, aliás, nenhuma medida para fixar os profissionais no SNS, tudo o que fez foi pedir ao Presidente da República para colocar no decreto do Estado de Emergência que os profissionais do SNS ficavam proibidos de se despedir durante o Estado de Emergência", disse, em Esposende, à margem de uma visita aquilo que considerou ser um "atentado ambiental" na praia da Estela (na Póvoa de Varzim).
Questionada sobre notícias que dão conta que os Cuidados Intensivos estão a começar a sentir novamente pressão por causa da pandemia, Catarina Martins defendeu que "os profissionais de saúde precisam mais do que palavras de reconhecimento, precisam de condições para trabalhar".
"Temos dito que o SNS está sob uma enorme pressão, os profissionais do SNS vão para o segundo ano em que muitos deles estão a ficar sem férias para responder ao que é preciso. Neste tempo não foi feito nada para compensar este esforço extraordinário, nem nas suas carreiras, nem nas contratações e vinculações que são fundamentais para que o SNS funcione", apontou.
Sobre o alerta do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa para a possível suspensão de tratamentos de radiologia por causa da escassez de pessoal, Catarina Martins não se mostrou surpreendida.
"Reuni com a direção do IPO de Lisboa em 2019 e já se sabia que isto ia acontecer. Na altura dissemos que era necessário criar as carreiras especificas para estes técnicos altamente especializados e qualificado de que o SNS tanto precisa e que eram precisos mecanismos para fixar os profissionais no SNS", afirmou.
Para a líder do Bloco, é necessário agir para evitar a fuga de profissionais de saúde do SNS.
"Há profissionais a sair do SNS, o que prova esta absoluta necessidade de qualificar as carreiras, contar os tempos de serviço como deve ser, dar carreiras a todos os profissionais que trabalham no SNS", disse.
[Notícia atualizada às 13h27]
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