"Vamos entregar as listas e oficializar a nossa candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, à Assembleia Municipal de Lisboa e às 24 freguesias do concelho de Lisboa", declarou esta manhã Beatriz Gomes Dias, à porta do Juízos do Tribunal de Pequena Instância Cível, em Lisboa, acompanhada pela coordenadora do partido, Catarina Martins.
A candidata e deputada agradeceu aos "camaradas" pelo trabalho na construção das listas e mostrou-se expectante no reforço da votação do BE na capital do país.
"A minha expectativa é reforçar a votação que nós tivemos, conseguir eleger mais vereadores para ter mais força, para poder impor um conjunto de medidas que consideramos fundamenteis para a cidade de Lisboa, para transformar a forma como a política é feita e colocar as pessoas no centro da política", vincou.
Já a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, assumiu que a candidatura à CML "é particularmente importante".
"Depois de quatro anos com um acordo com o PS na Câmara Municipal de Lisboa, em que o BE assumiu os pelouros da educação, dos direitos sociais e da saúde, mas também fez acordo sobre outras matérias da cidade, ficou provado que a força do BE pode mudar a vida das pessoas", argumentou.
Catarina Martins apontou que "matérias tão fundamentais como os manuais escolares gratuitos até ao 12º ano começaram por causa do acordo de Lisboa e hoje estão presentes em todo o país, fazendo a escola universal, como deve ser", referindo ainda o aumento dos motoristas e autocarros na Carris, bem como os preços acessíveis dos passes, que viram no acordo em Lisboa "o seu início".
"E respostas sociais absolutamente inovadoras como o 'housing first', que era apenas um projeto piloto. Mesmo com a pandemia conseguimos que de 80 casas chegássemos a 380 casas para pessoas em situação de sem-abrigo e somos hoje um dos exemplos mais bem-sucedidos na Europa neste tipo de resposta", elogiou.
A líder do BE fez questão de sublinhar também o trabalho feito pelo partido na autarquia em matéria de acesso à habitação.
"Nestes quatro anos insistimos com o PS que era fundamental a existência de um parque público de habitação municipal para regular os preços das casas em Lisboa. Não foi essa a escolha do PS: as 300 casas que existem foram graças ao trabalho do Bloco, mas as outras que eram com a parceria privada e que Fernando Medina prometeu, essas não apareceram", lamentou.
Nesta lógica, continuou, "mais força do BE, será também mais força para o direito à habitação, para regular as rendas, para não deixar, por exemplo, que quando há manobras de fundo dos imobiliários como das antigas casas da Fidelidade, a CML não utilize o seu direito de preferência e fique inativa enquanto as pessoas perdem as suas casas".
"Este direito à habitação a juntar ao trabalho que temos vindo a fazer é prioridade do BE em Lisboa e sabendo que, com força aqui, podemos também dar exemplo às mudanças que o país precisa em todos os concelhos", rematou.
A Câmara de Lisboa é atualmente composta por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é Muita Gente), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.
Na corrida à presidência da autarquia foram até agora anunciadas as candidaturas de Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt) e João Patrocínio (Ergue-te).
As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.
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