A bancada parlamentar do CDS entregou, esta terça-feira, um requerimento na Assembleia da República a pedir esclarecimentos à ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a vacinação contra Covid-19 de adolescentes com idades entre os 12 e os 15 anos.
No documento, os deputados começaram por recordar que, até ao momento, a Direção-Geral de Saúde (DGS) recomendou a vacinação prioritária a esta faixa etária caso se verifiquem comorbilidades associadas a maior risco de doença grave e que indicou que emitirá recomendações sobre a inoculação universal contra a Covid-19 universal destes adolescentes.
Contudo, para o grupo parlamentar, esta espera "é incompreensível", sendo urgente que a orientação seja atualizada.
"O Grupo Parlamentar do CDS considera que a demora da DGS na emissão e atualização de normas, mais ainda quando estão a gerar mal-entendidos - desde logo entre instituições das quais se esperaria informação articulada -, é incompreensível e pode causar problemas de confiança e problemas logísticos e de acesso atempado por parte das famílias", pode ler-se no requerimento apresentado.
Posto isto, os democratas-cristãos exigem que o Governo esclareça "quando será emitida a norma sobre vacinação de crianças e adolescentes entre os 12 e os 15 anos, clarificando abrangência e eventuais requisitos de aplicação".
Ainda sobre a vacinação, a bancada parlamentar do CDS pediu esclarecimentos à ministra da Saúde sobre quando será também "atualizada a norma sobre isolamento profilático para pessoas completamente vacinadas e com duas semanas decorridas após a administração da última dose".
A DGS emitiu, na semana passada, várias recomendações sobre vacinação contra Covid-19 em adolescentes com 12-15 anos, tendo por base os pareceres da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, de um grupo de especialistas em pediatria, saúde infantil e vacinação, e também de dados científicos disponíveis.
Nestas recomendações, a autoridade de saúde reiterou "a importância de continuar a vacinação das pessoas com 16 ou mais anos de idade", e recomendou "a vacinação prioritária contra a Covid-19 dos adolescentes com 12-15 anos com comorbilidades associadas a maior risco de doença grave".
A DGS referiu ainda que emitirá recomendações sobre vacinação universal de adolescentes nestas idades, "logo que estejam disponíveis dados adicionais sobre a vacinação destas faixas etárias", e considerou "que deve ser dada a possibilidade de acesso à vacinação, a qualquer adolescente com 12-15 anos, por indicação médica, de acordo com a calendarização da Campanha de vacinação".
Entretanto, o Presidente da República também se pronunciou sobre a situação, afirmando, em declarações aos jornalistas, que "as autoridades de saúde não proibiram a vacinação contra a Covid-19 para crianças saudáveis, considerando que esse espaço continua aberto à livre escolha dos pais". Mais tarde Marcelo Rebelo de Sousa viria a acrescentar que a vacinação de crianças deve ter "naturalmente" intervenção médica, isto depois de a DGS ter reiterado que a vacinação de menores de 12 a 15 anos saudáveis só é possível com prescrição médica.
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