PS acusa PSD de "atirar areia para olhos dos açorianos" durante pandemia
O deputado do PS/Açores Tiago Lopes considerou hoje "lamentável e inacreditável que o PSD procure atirar areia para os olhos dos açorianos" em relação à crise pandémica e esclareceu que o PS "nunca defendeu mais restrições".
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Política Covid-19
"É lamentável e inacreditável que o PSD procure atirar areia para os olhos dos açorianos para tentar disfarçar a gestão desastrosa que o seu Governo Regional tem feito da crise pandémica nos Açores", considerou Tiago Lopes, citado em nota de imprensa.
As afirmações vêm no seguimento de um comunicado, enviado na segunda-feira, em que a deputada do PSD/Açores Ana Quental considera "absurda" a proposta apresentada pelo Partido Socialista no mesmo dia.
Para a social-democrata, as críticas à nova matriz de risco mostram que "este PS está completamente desajustado da realidade", dado que "a conjuntura pandémica nos Açores se alterou para melhor com a vacinação".
Tiago Lopes defendeu, também na segunda-feira, que a nova matriz de risco assenta em "critérios profundamente questionáveis" e criticou a abolição dos testes ao sexto dia, quer nas deslocações para a região, quer entre as ilhas do arquipélago, bem como a opção de não avançar com a vacinação a crianças acima dos 12 anos.
A nova matriz de risco dos Açores, em vigor desde as 00:00 de segunda-feira, estabelece três critérios para a definição da situação epidemiológica: a taxa de incidência semanal de novos casos, a variação semanal dos internamentos e o número de óbitos por semana.
No comunicado enviado hoje, o socialista diz que Ana Quental "procurou lançar a ideia de que o PS defendia medidas mais restritivas para os açorianos, quando isso não corresponde à verdade".
"O Partido Socialista nunca defendeu mais restrições, apenas salientou factos e talvez seja isso mesmo que incomoda o PSD, porque realça a sua péssima gestão desta crise pandémica, em toda a linha", prosseguiu.
O ex-diretor regional da Saúde voltou a lamentar que o PSD/Açores "nada tenha dito sobre a demissão de Gustavo Tato Borges de presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos Açores". nem sobre "como fica a gestão da pandemia agora que perdeu o seu suporte técnico".
Na sexta-feira, o secretário da Saúde do Governo dos Açores, Clélio Meneses, confirmou a demissão do presidente da comissão de luta contra a pandemia na região.
O responsável pela tutela disse que "a luta contra a pandemia cada vez mais vai tendo contornos que não são os que levaram à necessidade de um acompanhamento mais permanente" e que, "a partir de agora", o combate se faz "sobretudo a partir do processo de vacinação".
Sobre o futuro deste órgão, o governante disse que "o Conselho de Governo que decidiu criar a comissão de acompanhamento de pandemia é o Conselho de Governo que irá determinar o percurso que a comissão terá".
Em declarações à agência Lusa, na segunda-feira, Gustavo Tato Borges garantiu que sai do cargo por "razões familiares" e rejeitou um cenário de rutura com o Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
Os Açores têm 544 casos positivos ativos, sendo 428 em São Miguel, 73 na Terceira, 24 no Faial, oito em Santa Maria, seis no Pico e cinco em São Jorge.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados nos Açores 8.122 casos positivos de covid-19.
Recuperaram da doença 7.383 pessoas, morreram 38, saíram do arquipélago 89 e 68 apresentaram prova de cura anterior.
Nos Açores, 61,6% da população (145.691 pessoas) tinha a vacinação completa contra a covid-19, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade de Saúde Regional, que reuniu dados até segunda-feira.
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