"Naturalmente, fogos houve sempre, mas isso não justifica, nem esconde, que, no plano da política florestal", as tragédias recentes, nomeadamente o incêndio de 2017 em Pedrógão Grande, não tenham servido "nem de lição, nem de ensinamento", disse o membro do Comité Central do PCP, no final de uma visita às instalações dos Bombeiros Voluntários da Moita, no distrito de Setúbal.
Jerónimo de Sousa acrescentou que o "tratamento da floresta, a sua proteção, é um elemento vital para impedir os próprios fogos, mesmo havendo sempre este risco de haver aqui ou acolá" um incêndio.
"Com essa falta de proteção da nossa floresta, dos cuidados que é preciso ter, particularmente, com responsabilização do Estado, a tendência para sacudir responsabilidades laterais... Não são aceitáveis, há que assumir essa responsabilidade", sustentou o secretário-geral do PCP, adicionando que não é "só por causa dos incêndios, mas também por causa dos incêndios".
O dirigente comunista também destacou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deveria estar vocacionado para colmatar carências que o país tem a vários níveis no combate aos incêndios florestais.
Uma dessas carências é o financiamento das corporações de bombeiros voluntários, como é o caso na Moita, uma vez que, na opinião de Jerónimo de Sousa, é evidente "a insuficiência de apoios àqueles que estão destacados para o combate aos incêndios".
"As dificuldades financeiras podem determinar uma maior ou menor eficácia e desenvolvimento desta nobre atividade que é realizada pelos nossos bombeiros e, em particular, pelas associações, que trabalham em condições muito difíceis", sustentou.
O secretário-geral comunista recordou as propostas apresentadas pelo grupo parlamentar no âmbito do reforço dos apoios às corporações de bombeiros voluntários durante a pandemia, que "veio exigir mais aos bombeiros", mas que o "Governo e a Direita derrubaram".
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