António Costa rejeitou, este sábado, a ideia de que falta pluralidade no Partido Socialista. "Se há coisa que não falta no PS desde a sua fundação é muita pluralidade. Mas também há momentos de unidade", respondeu aos jornalistas na entrada para o 23.º Congresso do partido, que se realiza este fim de semana em Portimão.
À imagem do que fizeram outros socialistas, o primeiro-ministro focou que o PS está concentrado em responder aos portugueses neste momento "tão exigente da vida do país", marcado pela luta contra a pandemia, pelo relançamento da economia, aproveitando "esta oportunidade extraordinária de transformação da sociedade que os novos recursos proporcionam".
Na ótica de António Costa, "é natural que o PS esteja unido, mobilizado e cheio de energia neste combate".
Questionado sobre se se arrepende de ter lançado a questão do tabu em torno da sua sucessão, o secretário-geral do PS disse não ter lançado 'tabu' nenhum. "Essa questão, aliás, não existe. Acabo de ser reeleito e vou cumprir o mandato [que termina em 2023]", declarou.
Quanto aos membros da mesa do Congresso, António Costa disse ser "bastante ampla", referindo os nomes que a constituem, para lá dos quatro potenciais sucessores na liderança do PS. "É natural que aquilo que têm sido os rostos do PS em vários combates estejam presentes na mesa do Congresso".
Confrontado com as declarações de Rui Rio, que afirmou que se António Costa sair, o PS parte-se todo, o líder do PS atirou: "O dr. Rui Rio não precisa de se preocupar que o António Costa não está a sair, está cá. Pode estar totalmente tranquilo".
O primeiro-ministro disse ainda não quer estar a "bater pingue-pongue", considerando que "a última coisa que os portugueses querem saber é esse género de coisas". "As pessoas estão preocupadas em relação a como vamos vencer a pandemia, com a necessidade de criar mais e melhor emprego, ter emprego mais digno, como é que as empresas recuperam confiança, como é que vamos sair desta crise mais fortes". "Os portugueses não estão preocupados com o meu futuro, estão preocupados com o futuro de Portugal e essa é a preocupação do PS".
Interrogado sobre se gostava de escutar Pedro Nuno Santos neste Congresso, António Costa respondeu afirmativamente: "É sempre um gosto".
"Se há coisa de que me orgulho no PS foi ter assegurado a unidade do partido. O PS caracteriza-se por ser muito plural, sempre que é hora de haver debates, fazem-se com toda a frontalidade, combatividade e espirito democrático e depois, a seguir, temos sempre a capacidade de superar as divisões e de nos unirmos em torno da linha comum do partido", declarou ainda António Costa, quando confrontado com o facto de o ministro das Infraestruturas ainda não ter chegado à Arena de Portimão naquela altura.
"Vocês [jornalistas] perdem tanto com questiúnculas e coisas que não interessam nada a ninguém", criticou.
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