Num jantar com os candidatos autárquicos em Ponta Delgada, nos Açores, o líder da IL considerou o próximo ato eleitoral uma "boa oportunidade para os portugueses darem um sinal" quanto àquilo que o "PS quer fazer" no país.
"Era uma boa altura para dar esse sinal. Eu espero que os portugueses, também aqui na região autónoma dos Açores, deem esse sinal, esse cartão amarelo ao governo. Não para ter uma leitura nacional, mas para termos um melhor ambiente político", afirmou aos jornalistas.
Segundo disse, as autárquicas são uma "boa altura" para que o "PS não se ache o dono disto tudo", acusando os socialistas de promoverem "várias manobras" para conseguirem a "manutenção ad aeternum no poder".
"É uma boa altura para dar um sinal de que os portugueses não são tolos e que não se vão deixar enganar", declarou, referindo-se às autárquicas.
Para o liberal, a "arrogância" do PS "ficou patente na entrevista" que António Costa deu segunda-feira à TVI, bem como no discurso do socialista no encerramento do congresso do PS.
Cotrim de Figueiredo disse ser "preciso que os portugueses deem expressão" eleitoral ao "sentimento de que algo tem de mudar" no país.
"Há uma sensação de que algo tem de mudar. Que não basta fazer mais do mesmo. Que não basta viver à sombra dos dinheiros europeus e que a ambição do país não se pode resumir ao que vem do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)", apontou.
O deputado na Assembleia da República disse ainda que se os fundos do PRR forem utilizados só para o "lado público", o Governo só vai aumentar a "montanha de divida" e não vai "transformar o país".
"O PRR agora diz-se que são sobretudo subvenções, mas mais tarde ou mais cedo alguém vai ter de pagar. Eu já não tenho idade para apanhar o grosso dessa fatura, mas muitas gerações que virão a seguir a mim, terão", realçou.
Sobre metas eleitorais para as autárquicas, o presidente da IL disse que a intenção do partido é demonstrar que existe uma "alternativa liberal" e realçou que é a primeira vez que o partido vai concorrer às eleições autárquicas.
"O que tenho dito é que gostaria na noite do balanço eleitoral, no dia 26 de setembro, possa dizer que tivemos um melhor resultado do que tiveram o BE e o PAN nas primeiras eleições autárquicas a que se candidataram porque aí eram partidos novos também", acrescentou.
As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.
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