"Responsabilidade". Que disseram os partidos após a reunião no Infarmed?

Peritos e políticos reuniram-se esta quinta-feira na sede do Infarmed, em Lisboa, onde discutiram a atual situação epidemiológica no país. As notícias são animadoras e Pedro Pinto Leite, chefe da Divisão de Epidemiologia e Estatística da Direção Geral da Saúde (DGS), afirmou que nos encontramos no "fim de uma fase epidémica".

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Notícias ao Minuto com Lusa
17/09/2021 07:55 ‧ 17/09/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Covid-19

Esta quinta-feira decorreu na sede do Infarmed, em Lisboa, uma nova reunião entre os especialistas e os políticos. Nesta, Pedro Pinto Leite, chefe da Divisão de Epidemiologia e Estatística da Direção Geral da Saúde (DGS), asseverou: "Encontramo-nos no fim de uma fase epidémica [...] Globalmente estamos perante uma incidência decrescente".

As boas notícias e as conclusões acerca da evolução da pandemia no nosso país - que pode ler aqui e aqui - levaram a reações dos partidos no final do encontro. 

PS, PSD e BE elogiaram os resultados do processo de vacinação para o controlo da Covid-19, defenderam o levantamento de restrições, mas insistem que se mantenha a responsabilidade individual para travar a propagação da doença.

Pedro Cegonho, membro do Secretariado Nacional do PS, observou que a reunião decorreu "num clima diferente das anteriores", em que havia alguma imprevisibilidade sobre a evolução da pandemia, e acentuou que o país vive no presente um momento de "confiança" no combate à Covid-19.

"Vivemos tempos de confiança com o retomar da vida económica e social. No entanto, terá de haver uma monitorização permanente da situação epidemiológica", acentuou, insistindo, novamente, na questão das medidas de proteção individual e na "adaptação das organizações à realidade que se for vivendo ao longo do tempo".

Por sua vez, Ricardo Batista Leite, também candidato do PSD a presidente da Câmara de Sintra, congratulou-se com "a excelente notícia sobre a adesão dos portugueses ao processo de vacinação, abrindo portas que à ideia de que tem de haver vida para além da Covid-19".

"Em relação à preparação dos períodos de Outono e Inverno, é fundamental garantir-se que se protege os mais vulneráveis, designadamente os mais idosos. Os especialistas foram unânimes sobre a necessidade de medidas adicionais, tendo sido discutida a possibilidade de se acelerar a vacinação de reforço, a chamada terceira dose, assim como a importância da testagem ser usada como arma de prevenção de eventuais surtos", assinalou.

Já o deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira considerou que, perante a elevada taxa de imunização da população portuguesa, faz sentido levantar restrições, mas deixou um apelo a quem ainda não se vacinou. "Aqueles que, por alguma razão, ainda não se vacinaram, quero fazer o apelo a que se vacinem. São poucas felizmente, mas não vale a pena aumentar o risco sobre si e sobre os seus mais próximos", alertou.

Moisés Ferreira sustentou depois que a Direção Geral da Saúde deverá "ajudar" os lares de idosos e outras instituições a reverem os respetivos planos de contingência e de prevenção e salientou que, no plano diplomático, designadamente ao nível das políticas de cooperação, Portugal e a Europa terem de contribuir mais para a vacinação a nível mundial, de forma a evitar que sejam potenciadas novas variantes do novo coronavírus.

O PCP e 'Os Verdes' insistiram na necessidade de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) num momento em que o país está numa nova fase de combate à pandemia, enaltecendo o trabalho dos profissionais de saúde.

Jorge Pires, membro da Comissão Política do PCP, apontou que o país está numa "nova fase". "O que ouvimos aqui na reunião da parte dos especialistas sobre a evolução da epidemia confirma uma ideia que já temos há algum tempo: é que neste momento não há razões nenhumas para manter as restrições à atividade normal dos portugueses, à atividade normal do país", sustentou.

Para o dirigente comunista, "é hora de reforçar o Serviço Nacional de Saúde para que ele assuma as responsabilidades que tem no tratamento da doença, na recuperação dos atrasos" sendo para isso fundamental, "tal como o PCP tem vindo a defender, que se reforce o SNS".

Em declarações à Lusa no Parlamento, a deputada do Partido Ecologista 'Os Verdes' (PEV) Mariana Silva também defendeu o investimento público. "Estamos a caminhar para uma fase mais leve, mas esta fase leve tem que ter em consideração tudo aquilo que aprendemos até agora. E o que aprendemos até agora é que é preciso reforçar estes serviços públicos a que todos recorremos e que todos precisamos que sejam reforçados, para que possamos de alguma forma prevenirmo-nos nesta pandemia e em pandemias futuras, porque não sabemos qual será a próxima", vincou.

Para os Verdes, continua a ser necessário investimento na educação - "para ter mais assistentes operacionais, para a higienização dos espaços e até para o apoio aos jovens, aos estudantes" - sendo também "crucial que se invista no SNS".

CDS-PP e Iniciativa Liberal defenderam que chegou o momento de libertar a sociedade das limitações pela pandemia da Covid-19 e criticaram que o ano letivo comece sem as escolas se adaptarem à realidade atual.

A porta-voz do CDS, Cecília Anacoreta Correia, afirmou aos jornalistas que é o momento de "liberdade para todos, com responsabilidade", dos cidadãos às entidades públicas. "É a hora de desconfinar, esperamos que acabem as restrições às atividades económicas, mas também as de acesso aos serviços públicos" como repartições de finanças ou registos, bem como as da área da educação", defendeu.

"Preocupa-nos muito que arranque o ano letivo e a Direção-Geral da Saúde (DGS) ainda não tenha um plano de adaptação de funcionamento das escolas à realidade atual", com "grande parte da população estudantil, professores e funcionários já vacinados", declarou ainda. 

Pela Iniciativa Liberal, Carla Castro, membro da Comissão Executiva do partido, disse aos jornalistas no final da reunião esperar que o levantamento das restrições aconteça "de forma imediata", com o "fim das restrições, fim das lotações e abertura de atividades".

Referindo-se às escolas, criticou que este mês não vá ser revista "nenhuma norma da DGS em relação às escolas", apontando que "há normas que não são fundamentadas", como o uso de máscaras nos recreios, ou, no caso das creches e pré-escolares, "restrições a utilização de brinquedos, que não são toleráveis". Estas restrições "prejudicam as crianças no seu desenvolvimento social, motricidade e isso não é admissível", reforçou.

No final da reunião no Infarmed, também Marcelo Rebelo de Sousa tomou da palavra, considerando que a "sessão representou o fechar de uma página, mas não do processo". 

O Presidente da República assinalou a adesão do povo português à vacinação, destacando o "caráter ultraminoritário" dos "chamados negacionistas", mas deixou um aviso: "se houver circunstâncias que obriguem à imposição de restrições, serão impostas".

Leia Também: AO MINUTO: PM elogia vacinação; Itália exige certificado para trabalhar

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