A manhã de Nuno Graciano começou numa das pontas da Alameda das Linhas de Torres, perto do Campo Grande, de onde partiu com uma comitiva com cerca de 25 pessoas, munidas de bandeiras do partido e muitas delas envergando t-shirts do Chega Lisboa.
O cabeça de lista à Câmara da capital lembrou que o Lumiar "é dos bairros com maior número de escolas, mas onde existe muito pouca vida".
"É preciso recriar vida aqui no Lumiar, trazer as famílias para a rua, arranjar espaços para as pessoas estarem, conviverem. E trazer novo comércio, reabilitar o comércio, é muito importante", disse ao longo do percurso, durante o qual foi contactando com a população e comerciantes.
Ao longo da Alameda das Linhas de Torres, no mercado da bagageira e no Mercado do Lumiar, Nuno Graciano era, como tem acontecido noutras ações de campanha, reconhecido como "o senhor da televisão".
"Gostava de o ver na televisão" ou "quando o via na televisão adorava", foram frases que ouviu de pessoas que também lhe desejaram "boa sorte", "força" ou "que tudo lhe corra bem".
Entre os que recusaram os folhetos do partido havia quem não simpatizasse com o Chega, mas também quem fosse apoiante do partido.
"Vou votar em vocês. Não preciso de folheto", disse o cliente de um dos negócios onde Nuno Graciano entrou, rematando com: "Eu fui da Mocidade Portuguesa".
Algumas pessoas, ao verem a comitiva tinham esperança de que nela estivesse o líder do Chega. "O Ventura está aí? Eu votei nele e vou votar nele", partilhou uma vendedora do mercado da bagageira.
Mas André Ventura foi também o motivo para uma mulher ter colocado no lixo o folheto da candidatura, momentos depois de o receber: "Peço desculpa, mas ele não é bom para os ciganos", disse.
Na comitiva que acompanhava o candidato à Câmara, da qual faziam também parte duas crianças e um cão, Nuno Graciano teve o candidato à junta de freguesia local João Condesso como 'anfitrião'.
Este consultor de gestão, há 25 anos habitante da freguesia, tem "dois grandes objetivos" no Lumiar: "apoiar as famílias e os negócios". "O Lumiar precisa de dinâmica económica e de apoio às famílias", defendeu.
Terminada a ação de campanha no Lumiar, Nuno Graciano seguiu para a freguesia de Santa Clara, onde identifica "problemas de habitação graves, com casas que estão por licenciar há dezenas de anos".
A ação decorreu no Bairro da Torrinha, de génese ilegal, onde "as casas que continuam por licenciar e a Câmara tem colocado burocracia atrás de burocracia".
Nuno Graciano fala também em Santa Clara como uma freguesia com "um grande êxodo escolar", algo que o preocupa "imenso".
"De todas as freguesias é a que tem maior êxodo escolar dos miúdos. Há que fazer com que os miúdos voltem à escola", afirmou, acrescentando que "a higiene urbana é um problema também grave em Santa Clara, um dos bairros desfavorecidos" de Lisboa.
Na comitiva que acompanhou Nuno Graciano no Lumiar estava também o candidato a Santa Clara Manuel Nascimento, gestor de profissão, filho de cabo-verdianos, que se considera "a prova viva em como o Chega não é um partido racista".
Foi por acreditar "na mudança" e se identificar "com os bons valores" do Chega que decidiu tornar-se militante do partido, integrando a concelhia de Lisboa.
Além de Nuno Graciano, concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), João Ferreira (CDU), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).
As eleições autárquicas decorrem em 26 de setembro.
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