Fazer da pandemia um "braço de ferro eleitoral" é um erro
A coordenadora bloquista, Catarina Martins, considerou hoje que "fazer das questões da pandemia um braço de ferro eleitoral é um absoluto erro", assegurando que o BE não terá esse comportamento.
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Política Autárquicas
No final de uma visita ao Mercado de Benfica, Catarina Martins foi questionada sobre o anúncio, e o 'timing' do mesmo, que será hoje feito pelo Conselho de Ministros, do levantamento de um conjunto de restrições que vigoraram por causa da covid-19.
"Vou-lhe ser muito sincera: acho que estar a fazer das questões da pandemia um braço de ferro eleitoral é um absoluto erro e o Bloco de Esquerda não fará isso", respondeu, depois de o líder do PSD, Rui Rio, ter dito na quarta-feira que o Governo "procura influenciar voto" com uma "notícia positiva" antes das eleições.
A coordenadora do BE não quis comentar medidas que ainda não conhece, mas aproveitou o momento para um rasgado elogio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"O SNS fez um trabalho extraordinário ao conseguir taxas de vacinação que são tão importantes no nosso país e que são um exemplo para o mundo", enalteceu.
Na perspetiva de Catarina Martins, isto foi conseguido por duas razões, a primeira das quais o "trabalho concreto que o SNS está a fazer neste momento no terreno" e, em segundo lugar, "pela relação de confiança que o SNS foi desenvolvendo com a população ao longo de décadas e com os planos de vacinação que fazem com que em Portugal a população confie nas vacinas e confie no Serviço Nacional de Saúde".
"Devemos estar muito gratos e este processo de vacinação, sendo bem-sucedido, com dados que nos mostram que as vacinas estão a resultar, naturalmente darão ao país possibilidade de ir retomando normalidade na sua ação", defendeu.
Para a líder do BE, "ouvir os especialistas, confiar no SNS e tomar as melhores as decisões" é a fórmula a seguir.
O Conselho de Ministros reúne-se hoje para decidir o possível levantamento de restrições que vigoraram por causa da covid-19, com efeitos a partir de 01 de outubro, numa altura em que Portugal se aproxima dos 85% de população vacinada.
Este levantamento de restrições - previsto na fase três do plano do Governo - acontece num momento em que Portugal se aproxima de ter 85% da população vacinada, regista uma trajetória sólida de descida da taxa de incidência de infeções (atualmente em 137,4 casos por 100 mil habitantes) e em que a taxa de transmissão se encontra abaixo de 1, mais precisamente em 0,82.
"Há condições sanitárias para avançarmos com confiança para a nova fase prevista desde julho no plano do Governo, mas não queremos qualquer acusação de eleitoralismo", declarou à agência Lusa um membro do executivo na quinta-feira, depois de questionado sobre a razão de as medidas de alívio a aprovar em Conselho de Ministros não entrarem em vigor já às 00:00 de sábado, mas apenas em 01 de outubro.
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