Em declarações à Lusa, à margem de uma arruada na zona de Alvalade, Tiago Matos Gomes reagiu ao anúncio, conhecido hoje, de que, até domingo, os estabelecimentos da zona de Santos, na capital, vão encerrar às 23h00, três horas mais cedo do que o habitual, de forma a controlar os ajuntamentos.
"Não penso que essa seja a melhor medida, reduzir o horário das duas para as onze da noite. Tem é de haver, obviamente, maior fiscalização, maior policiamento e maior controlo desse tipo de atitudes na noite de Lisboa", contrapropõe.
"Não achamos que seja restringindo os horários do comércio noturno, neste caso dos bares, que vai resolver o problema, porque é antecipar o problema umas horas", avalia.
Tiago Matos Gomes reconhece, até porque reside na freguesia da Estrela (onde fica a zona de Santos), que "os ajuntamentos têm criado problemas, inclusive de segurança" e, por isso, "algo tem de se feito", nomeadamente nos locais com "propensão para uma maior vandalização e maiores distúrbios por causa da atividade noturna".
A medida de redução do horário dos bares na zona de Santos foi anunciada na quarta-feira à noite pelo presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton (PSD), depois de uma reunião com os empresários, e justificada com a necessidade de criar condições para a polícia fazer o seu trabalho.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, tem havido na zona ajuntamentos de "três ou quatro" mil pessoas.
Nas últimas semanas, Lisboa tem registado situações de criminalidade violenta em contexto de diversão noturna, nomeadamente no Bairro Alto, Cais do Sodré e Santos, com ocorrências de esfaqueamentos.
O levantamento gradual das restrições em função da vacinação contra a Covid-19 arrancou a 01 de agosto, com regras aplicáveis em todo o território continental, inclusive o limite de horário de encerramento até às 02h para a restauração.
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