"O que eu disse é que, para ter certeza de que é só para quem precisa e ninguém se aproveita [dos apoios sociais], tem de haver fiscalização", frisou Rio, em declarações aos jornalistas no fim de uma ação de campanha no concelho do Nordeste, na ilha de São Miguel, nos Açores, escolhidos para o encerramento da campanha nacional do partido devido à conquista social-democrata sobre o PS nas eleições regionais de 2019.
"Temos de dar aos que precisam. Até podemos dar mais do que damos. Mas a quem precisa. António Costa percebeu o que disse, mas fez o que faz algumas vezes: distorce um pouco o que eu disse para poder argumentar contra mim", insistiu Rio, em resposta a críticas do secretário-geral socialista, que hoje visita também a ilha de São Miguel.
Questionado pela comunicação social, Rio vincou que nada disse "contra os apoios sociais, bem pelo contrário".
"Estamos no século XXI e numa sociedade social-democrata. Mal fora atirar as pessoas pela borda fora e não apoiar?", perguntou.
Rio alertou ter defendido "maior fiscalização desses apoios, por estar a ouvir permanentemente empresários dizerem que não tem mão de obra e que as pessoas não vão trabalhar porque estão a beneficiar de apoio social".
"O apoio social não serve para isso. Serve para dar àqueles que precisam", afirmou.
O secretário-geral do PS, António Costa, perguntou na quinta-feira "em que país vive" Rui Rio por não compreender que o país está a "sair de uma crise" e que as empresas, os trabalhadores e as famílias precisam de apoio.
Falando em Castelo Branco, num comício de apoio ao candidato do PS à Câmara Municipal local, Leopoldo Rodrigues, o secretário-geral referiu, pela primeira vez durante a campanha autárquica, o líder do PSD, Rui Rio.
No sábado, no distrito de Viana do Castelo, Rio apelou ao Governo para aumentar a fiscalização aos apoios sociais, como o subsídio de desemprego ou rendimento social de inserção.
"As pessoas estão acomodadas à assistência social, aos subsídios que o Estado dá e preferem não trabalhar", afirmou.
O PSD lidera cinco das 19 Câmaras Municipais dos Açores, tendo em 2017 conquistado ao PS a presidência do município do Nordeste, concelho onde Rio iniciou hoje as ações de campanha, junto ao cabeça de lista do PSD àquela autarquia, Miguel Soares.
Leia Também: Rio critica medidas do Governo "para beneficiar PS" nas eleições