Em Braga, onde escolheu passar a noite eleitoral, André Ventura dedicou grande parte do discurso a atacar o Bloco de Esquerda, partido que afirmou ter "esmagado", lembrando que os bloquistas "no seu melhor tempo" tiveram 12 mandatos autárquicos e que o Chega conseguiu mais de 15 nas primeiras eleições autárquicas em que participou.
"Queria ficar em terceiro lugar, não consegui, assumo essa responsabilidade, é o que eu chamaria uma vitória que não foi total, queiramos ficar em terceiro lugar", admitiu.
Para André Ventura, esta noite eleitoral é um marco: "O que fizemos hoje foi histórico. A partir de amanhã os nossos adversários sabem uma coisa, sabem que enfrentarem-nos é enfrentar um enorme bloco de cimento, uma força gigantesca implementada na grande maioria das autarquias e Portugal", afirmou.
André Ventura, que considerou que o Chega assumiu-se como "a segunda força de oposição de direita em Portugal", deixou por isso um recado para as próximas eleições legislativas.
"Que ninguém tenha dúvidas, estas eleições autárquicas, com a enorme força que mostraram, serão o primeiro passo para dizer que os portugueses não aceitam, não aceitaram e não compreenderão um Governo sem o Chega", assinalou.
Confrontado com o discurso de derrota de Fernando Medina em Lisboa, o líder do Chega mostrou estar satisfeito: "Estou muito feliz, quer dizer que há menos um socialista em Portugal a governar uma câmara municipal", disse.
O resultado de Fernando Medina em Lisboa mereceu ainda uma outra análise por parte do líder do Chega: "Fernando Medina é o delfim de António Costa, Fernando Medina é o putativo sucessor de António Costa e no que depender de André Ventura, tudo farei para derrubar Fernando Medina em Lisboa e em qualquer outra parte do país", garantiu.
Sobre se fará acordos nas autarquias para as quais elegeu vereadores, o líder do Chega garantiu que "não será muleta de ninguém" e que se "não quiseram antes" o Chega "não o quer depois".
"Não haverá nenhum acordo autárquico entre PSD e Chega, não haverá nenhuma plataforma de entendimento enquanto isso não acontecer a nível nacional. Nós não estamos à venda", afirmou.
"Eu sei que agora virá muita pressão sobre o Chega para nas câmaras onde ficou com um lugar decisivo fazer acordos de governação. Os acordos que faremos não serão com o partido A ou com o partido B, serão em prol da população, serão em prol de mais condições de segurança, serão em prol de proteger os portugueses de bem, de proteger os contribuintes, proteger quem trabalha", assegurou.
[Notícia atualizada às 03h13]
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