Terceira vitória consecutiva do PS ensombrada por derrota em Lisboa

O PS venceu pela terceira vez consecutiva em eleições autárquicas, conquistando cerca de 150 em 308 câmaras, mas o resultado da noite de domingo foi sobretudo ensombrado pela derrota em Lisboa para a coligação liderada pelo PSD.

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Lusa
27/09/2021 03:51 ‧ 27/09/2021 por Lusa

Política

Autárquicas

Numa longa conferência de imprensa, já na madrugada de segunda-feira, o secretário-geral do PS, na análise que fez aos resultados, procurou passar a mensagem de que o seu partido manteve o nível de vitórias das eleições de 2013.

António Costa argumentou que o PS ficou aquém dos resultados de 2017 em cerca de dez câmaras, "por efeito matemático", principalmente em virtude do aumento do número de coligações lideradas pelo PSD no território nacional.

Salientou, em contrapartida, que o seu partido continua a ser a maior força política autárquica a nível nacional - e após uma "grave crise" sanitária, económica e social.

Em relação à capital, a derrota que mais surpreendeu os socialistas, o secretário-geral do PS procurou desvalorizá-la, usando a velha fórmula de que "o país não é só Lisboa" e que nas eleições autárquicas se disputam 308 câmaras.

Porém, numa análise rápida aos resultados, verifica-se que o PS, além de Lisboa, recua em vários centros urbanos, tendo perdido Coimbra e ficando sem maioria absoluta em Sintra, apesar de ter conseguido manter Amadora e Almada.

Em termos de grandes centros urbanos ou de capitais de distrito, os socialistas tiveram ganhos sobretudo em territórios dominados pela CDU, caso de Loures e Beja, embora não tenham conseguido retirar a esta coligação autarquias como Évora ou Setúbal.

No conjunto do país, o PS perdeu mais câmaras para o PSD do que retirou aos sociais-democratas.

Segundo dados da direção dos socialistas, o PS perdeu 25 câmaras para o PSD ou para coligações lideradas por este partido, ganhando 13 aos sociais-democratas. Para a CDU, o PS perdeu duas e ganhou sete. Já para independentes, os socialistas perderam seis e ganharam duas.

Perante estes resultados, António Costa rejeitou em absoluto que exista uma "inversão de ciclo político" em Portugal, sustentando mesmo que, se as eleições mostraram um cartão ao Governo, foi o de "um desejo de continuidade" da solução política à esquerda iniciada em 2015.

"A direita política não teve com estas eleições qualquer reforço", defendeu na conferência de imprensa, numa alusão ao PSD liderado por Rui Rio.

Por duas vezes nesta noite eleitoral, o líder socialista e primeiro-ministro tentou afastar qualquer perturbação nas relações parlamentares com o PCP em consequência dos resultados nas eleições autárquicas, nas quais a CDU voltou a descer.

Em matéria de estabilidade governativa, António Costa mostrou-se confiante que o PCP vai separar a dinâmica própria das eleições das eleições autárquicas do processo orçamental, adiantando que não conta que a calendarização das negociações previstas possa ser afetada.

Em relação ao Bloco de Esquerda, partido que votou contra o Orçamento do Estado para 2021, o secretário-geral do PS também negou quaisquer consequências, dizendo que as eleições autárquicas são pouco significativas para os bloquistas.

"Estamos concentrados na recuperação do país", acrescentou.

Leia Também: "País não é só Lisboa". Costa recusa qualquer cartão amarelo ao Governo

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