Telmo Correia, líder parlamentar do CDS, emitiu, esta sexta-feira, um esclarecimento relativo ao processo de substituição de Ana Rita Bessa na bancada do partido na Assembleia da República. Este surge após Francisco Rodrigues dos Santos ter referido, em entrevista ao Expresso, que só soube do 'Caso Bugalho' pela "comunicação social".
Neste âmbito, Telmo Correia vinca, numa nota a que o Notícias ao Minuto teve acesso, que a deputada "comunicou a sua renúncia por carta entregue na Presidência do Partido no dia 13 de setembro", pelo que esta "teve conhecimento deste facto com várias semanas de antecedência".
E mais, considera o líder parlamentar: "Tratou-se de uma decisão estritamente pessoal que, por isso mesmo, era à própria que competia informar - e fê-lo".
O centrista revela, aliás, que "foi também nessa altura" que tomou conhecimento da intenção de Ana Rita Bessa, "bem como (através de colaboradores próximos) que o Senhor Presidente do CDS não pretendia envolver-se na substituição por considerar ser um assunto estritamente do Parlamento".
"Só muito recentemente fiquei a saber que nem a carta nem a mensagem da Sra. Deputada obtiveram qualquer resposta, por parte da Presidência", acrescenta.
O líder da bancada 'defende-se', apontando que a sua "atuação nesta matéria foi tão só a de seguir escrupulosamente o critério da Lei, aferindo da disponibilidade dos membros seguintes na lista eleitoral de 2019". Seguindo este critério, "estou em condições de informar que a Sra. Deputada Ana Rita Bessa será substituída pelo Sr. Dr. Miguel Arrobas da Silva".
Presidente do Grupo Parlamentar não faz "convites"
Ainda a este propósito, Telmo Correia aponta que "não faz convites" para lugares de deputados, mas "limita-se a cumprir os critérios da Lei". "Pelo exposto", prossegue, "fica particularmente evidente que não tem qualquer sentido, por muito interessante que fosse a ideia, o Presidente do Grupo Parlamentar – como foi sugerido por um alto dirigente do CDS – convidar para deputado o atual Presidente da Juventude Popular Francisco Camacho".
"O Dr. Francisco Camacho não integrou a lista de candidatos por Lisboa, pelo que nunca poderia ser 'convidado' para substituir uma candidata por este círculo", esclarece.
Na mesma nota, Telmo Correia assegura que "o Presidente do CDS-PP conhecia seguramente a lista eleitoral do círculo de Lisboa", e garante que "não entra nem quer entrar em polémicas públicas com a Direção do Partido, até porque tem consciência do dano que isso causa à imagem externa do CDS".
"Os Dirigentes do Partido que a propósito desta matéria resolveram aproveitar para atacar a liderança Parlamentar fizeram-no seguramente, ou por desconhecer a Lei e as suas obrigações imperativas, ou por não terem conhecimento dos factos. Em qualquer caso, o desconhecimento da Lei não aproveita a ninguém", termina.
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