Mariana Silva afirmou esta terça-feira no Parlamento que o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) tem "cinco eixos importantes" que considera que devem estar representados no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e que, "numa leitura mais aprofundada" do documento, o partido irá verificar se constam na proposta do Governo apresentada esta manhã pelo ministro das Finanças.
Travar as alterações climáticas, defender o ambiente, prosseguir com as políticas de bem-estar animal, combater a pobreza, defender a produção nacional e garantir serviços públicos de qualidade são os eixos exigidos pelo PEV para o OE.
A parlamentar disse que uma análise "pouco profunda" da proposta do Governo deixa o PEV preocupado relativamente ao combate à pobreza. "O rendimento mínimo de existência não foi aumentado e isso preocupa-nos porque achávamos que era uma medida importante", declarou.
A par disso, continuou, "os escalões do IRS não acompanharam a inflação". "Estes são dois pontos importantes no combate à pobreza e achamos que não estão devidamente trabalhados neste Orçamento".
Mariana Silva disse que segue-se agora "uma análise mais profunda do documento" e "depois tomar decisões sobre como votar". A deputada acrescentou que se o OE2022 for aprovado na generalidade, os Verdes apresentarão uma proposta geral de alteração.
Questionada pelos jornalistas sobre a proposta inicial do Governo tem pernas para andar, a deputada atirou: "Vamos ver, vamos ver, vamos analisar ainda melhor e depois veremos".
para 2022 (OE22), que prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.
No documento, o executivo estima que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022, prevendo também que a taxa de desemprego portuguesa descerá para os 6,5% no próximo ano, "atingindo o valor mais baixo desde 2003".
A dívida pública deverá atingir os 122,8% do PIB em 2022, face à estimativa de 126,9% para este ano.
O primeiro processo de debate parlamentar do OE2022 decorre entre 22 e 27 de outubro, dia em que será feita a votação, na generalidade. A votação final global está agendada para 25 de novembro, na Assembleia da República, em Lisboa.
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