À margem do programa "Mulheres de coragem", no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, questionado sobre a recandidatura de Rui Rio à liderança do PSD, hoje anunciada, Marcelo Rebelo de Sousa disse que soube dessa e de outras candidaturas pela comunicação social.
"O Presidente da República não tem de saber nem sabe de iniciativas partidárias, se não através da comunicação social. Neste momento há vários partidos que estão a proceder ao debate e à escolha das suas lideranças", respondeu.
Referindo-se ao PSD e ao CDS-PP, o chefe de Estado acrescentou: "Em qualquer dos partidos eu soube da apresentação de candidaturas pela comunicação social, e é assim que deve ser. Acabei de saber uma agora, soube há dias outra, soube antes outra, sucessivamente".
"O Presidente deve estar acima destas questões partidárias. É importante para a democracia que os partidos sejam fortes, mas as questões partidárias são questões internas dos partidos. Só eles podem tratar essas questões, o Presidente da República não deve interferir", defendeu, em seguida.
Interrogado sobre as declarações feitas hoje pelo secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2022 com PCP, BE, PEV e PAN, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a dizer que aguarda "os contactos que naturalmente têm de se estabelecer entre partidos e Governo, nos próximos dias, ao longo desta semana e até à votação" na generalidade, marcada para 27 deste mês.
"Tudo o que eu diga neste momento é prematuro e é inoportuno. É prematuro, e as duas coisas estão ligadas, porque há que aguardar a evolução dos acontecimentos nestes dias. É inoportuno porque o Presidente o que tinha a dizer disse na altura certa, antes de falar com os partidos, quando falou com os partidos", considerou, reiterando: "Vamos aguardar até ao dia 27".
O chefe de Estado afirmou uma vez mais que, na sua perspetiva, "o desejável é não haver crise" e que esse é o cenário "mais possível".
Marcelo Rebelo de Sousa negou estar a planear alterações à sua agenda devido à possibilidade de convocar eleições legislativas antecipadas na sequência de um chumbo do Orçamento do Estado: "Tenho várias marcações ao longo dos meses de novembro e dezembro, e a vida continua, portanto, não há alteração de calendário nenhum".
Leia Também: Marcelo lembra obra de Armanda Passos dedicada à "geografia duriense"