Política errática e assente "na compra de votos" deu "mau resultado"

O presidente do PSD acusou hoje o Governo do PS de ter "uma política económica errática", apenas com a preocupação conjuntural de aprovar Orçamentos "de forma avulsa" através da "compra de votos de PCP e BE".

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Lusa
27/10/2021 17:37 ‧ 27/10/2021 por Lusa

Política

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"É evidente que tinha de dar mau resultado", acusou Rui Rio, no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, que deverá ser chumbado.

O presidente do PSD considerou que o voto contra do partido se justifica "nas críticas que o PSD, desde sempre, tem feito à política económica e orçamental dos Governos de António Costa desde 2016".

"Acantonado à sua esquerda e agarrado ao poder, cedendo o que pode e o que não pode, o governo foi recusando todas as propostas, vindas de diversos quadrantes políticos, económicos e sociais, que permitiam melhorar a competitividade da economia e aumentar o nosso crescimento potencial de médio e longo prazo", lamentou Rio.

Para o social-democrata, o PS, ao colocar-se "na total dependência da esquerda radical, transformou-se na face do imobilismo e do estatismo, que têm condenado o país à estagnação e ao empobrecimento".

"O governo está desde o início da pandemia à espera do 'milagre Europeu'. Sem qualquer preocupação em governar com respostas estruturais. Á espera que o PRR resolva todos os problemas do país. Á espera que um disparo de bazuca traga o milagre da recuperação e do crescimento económico", criticou, avisando que "a oportunidade vai-se perder" se política não se inverter.

No entanto, acrescentou, desde 2015 apostou "numa política económica errática, num óbvio desequilíbrio entre a compra dos votos do PCP e do Bloco de Esquerda e a manutenção dos nossos compromissos europeus".

No seu discurso, Rio antecipou a provável reprovação do Orçamento no final da sessão de encerramento do debate, considerando que tal acontecerá porque o Governo "nunca foi capaz de formar uma maioria parlamentar estável".

"Entregou-se totalmente nas mãos do PCP e do BE, ficando à mercê das suas exigências e da pesca à linha de deputados independentes ou de partidos de muito escassa representatividade", criticou.

Rui Rio reiterou o diagnóstico negativo que tem feito da evolução da economia portuguesa, apontando um crescimento inferior à da maioria dos Estados-membros da União Europeia, sobretudo dos concorrentes de Leste.

"Tudo isto resulta, também, desde logo, da incapacidade do governo em encetar as reformas estruturais que o país precisa e que o PSD tanto tem reclamado", defendeu.

Para Rui Rio, a crise pandémica de 2020 demonstrou que o PSD tinha razão ao dizer que a consolidação orçamental dos anos anteriores era um "castelo de areia" e "não tinha sustentabilidade estrutural".

O líder do PSD, que durante a pandemia teve uma atitude de assumida colaboração com o executivo, criticou a "resposta limitada e insuficiente" à crise da covid-19 e, ainda assim, ter deixado que se evoluísse "para um perigoso descontrolo da despesa pública".

No discurso, Rio apontou como exemplo uma das medidas que o Governo apontava como emblemática deste Orçamento, a mexida em dois escalões do IRS, dizendo que valia "apenas 150 milhões de euros".

"Mais ou menos o montante do imposto do selo que o Governo quer perdoar à EDP pela venda das barragens. E sou modesto na comparação, porque se aqui voltasse a chamar o Novo Banco ou a TAP, a pequenez desta verba seria ainda maior face à propaganda que o Governo dela fez", criticou.

Leia Também: "Acho muito estranho que o Presidente receba um candidato à liderança"

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