O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que na União Europeia "está toda a gente surpreendida" com a dissolução do Governo, uma vez que Portugal "tem boa reputação internacional como um país estável e previsível, um país onde as legislaturas se cumprem".
Em declarações aos jornalistas, à margem de um encontro, em Berlim, com líder do SPD, Olaf Scholz, e com a chanceler Angela Merkel, António Costa acrescentou que os parceiros europeus "têm dificuldades em perceber como é que surge uma crise num momento em que estamos em primeiro lugar na vacinação" contra a Covid-19, numa altura em que "somos dos dos países que estamos a recuperar mais fortemente da crise económica, e estamos a reduzir o desemprego. "Ainda hoje os números do INE são bastante impressivos, uma taxa de desemprego que já vai nos 6,1%", comentou.
E como é que o primeiro-ministro explica a crise lá fora? "Explico com a verdade, todos os países estão habituados (...)". Aliás, para António Costa, haver eleições antecipadas não significa necessariamente crise. "Não diria que haver eleições é uma crise. Haver eleições é uma solução democrática para quando há um problema de impasse ao nível parlamentar como aquele que se constatou que existia" com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022. Um problema, reiterou, para o qual "o Presidente da República avisou a tempo e horas".
O chefe do Executivo português repetiu ainda a ideia de que não desejava ir a eleições antecipadas. "Mas vamos a isso", atirou.
António Costa voltou a assegurar que o país vai cumprir os compromissos europeus e que ninguém tem dúvidas disso. "Temos uma longa tradição de, mudando os governos, os compromissos serem cumpridos", disse.
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