Maioria absoluta do PS significa "incerteza" e é "um perigo", alerta BE

A coordenadora do BE afirmou hoje que uma maioria absoluta do PS é "a incerteza absoluta do povo" e "um perigo" para os trabalhadores e defendeu que as contas certas "são as que contam na vida das pessoas".

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Lusa
13/11/2021 18:10 ‧ 13/11/2021 por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

 

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"O que o PS nos propõe não é estabilidade, pelo contrário, o que o PS tem vindo a propor nos últimos dias é um poder absoluto que seria a ameaça das novas ofensivas dos donos de Portugal. O poder absoluto, sabemos, é a incerteza absoluta do povo", afirmou a líder, que discursava num comício em Lisboa.

Catarina Martins criticou também que "o Governo pode chamar-lhe estabilidade", mas "é insegurança na vida das pessoas, é um perigo para a vida dos trabalhadores".

E contrapôs que "estabilidade é contas certas, sim senhora, mas as que contam na vida das pessoas".

"Não são contas certas recusar aos pensionistas o fim da dupla penalização das pensões que a 'troika' impôs e que custaria em 2022 o mesmo que o Governo perdoou à EDP no imposto de selo que ainda não cobrou", exemplificou.

Indicando que esta e outras situações "são milhões e são negócios que envenenam a economia e a sociedade", a coordenadora do BE afirmou que "é mesmo por isso que o Governo faz um ultimato" e "quer o poder absoluto para continuar a ter as contas mal feitas que penalizam o país".

Pelo contrário, o BE quer "as contas certas com o país".

A coordenadora do BE rejeitou "o poder absoluto do PS" e também "o poder absolutíssimo desse bloco central sorrateiro que bloqueia Portugal".

E apontou que "o jogo político do poder absoluto diz tudo sobre a ambição de repetir Cavaco Silva ou José Sócrates".

Catarina Martins apontou que "vai ser o regresso do velho fantasma", uma vez que "diz o Governo que é com o PSD que se vai entender para bloquear mudanças nas leis laborais e para manter o rumo financeiro".

Voltando ao ano em que António Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro, a bloquista apontou que "tivesse o PS obtido então a maioria absoluta" e "teria cumprido todas as ameaças que tinha feito em 2015, a começar pelo congelamento das pensões".

"É sempre possível fazer melhor e fazer diferente", defendeu a bloquista, dando como exemplo os avanços entre 2015 e 2019, no período da 'geringonça', em que "o PS foi obrigado a aceitar medidas que antes recusara".

Catarina Martins defendeu igualmente que "não está escrito que a saúde deve ser o negócio da Fosun ou dos Mello, que a EDP brincará a bel prazer com os impostos, que as multinacionais mineiras põem o dedo no mapa e o Governo assina por baixo, que os eucaliptos colonizam Portugal, que o 'outsourcing' e as empresas de trabalho temporário passam a ser a regra".

"Essa é a agenda do Governo e é um perigo, a direita festeja e aplaude cada uma dessas manobras", apontou, considerando que "não se combate a direita com as escolhas que a direita aprovaria, não se responde ao país com fingimento nem com cumplicidade com o privilégio e a desigualdade".

"O compromisso da esquerda é outro e enfrenta as manobras do poder absoluto, o nosso compromisso é com o povo e não temos duas palavras. É assim o Bloco, razões fortes e compromissos claros. Somos o povo que luta pela democracia, pela estabilidade dos direitos democráticos e pela conta certa da justiça social", salientou ainda.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do "chumbo" do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.

Leia Também: "Nunca haverá um Governo de Direita se o BE o puder impedir"

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