"Ninguém duvide que um PS mais forte significará um PS ainda mais próximo do que PSD e CDS defendem", afirmou o líder comunista, numa sessão pública em Campo Maior, no distrito de Portalegre.
Falando numa sala da Comissão Unitária dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Campo Maior, Jerónimo de Sousa insistiu que "o PS não quis encontrar soluções" e "quis precipitar eleições", pois "ambiciona uma maioria absoluta".
"Ambiciona-o, porque quer ter as mãos livres, sem condicionamento e limitações para prosseguir a política de direita, fugir da intervenção do PCP e do PEV com o que significa de determinação para encontrar soluções", sublinhou.
O secretário-geral comunista notou que o PS "já está a virar o bico ao prego e ainda não houve eleições", argumentando que os socialistas no parlamento mudaram o sentido de voto sobre um projeto-lei do PCP de combate à precariedade laboral.
"Aprovou na generalidade em junho na Assembleia da República o nosso projeto-lei de combate à precariedade laboral e há dias na votação final juntou-se ao PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega e chumba tudo", referiu.
Jerónimo de Sousa avisou que, durante a campanha para as legislativas, vão existir "operações de chantagem eleitoral" e deu como exemplo o que o PS está a fazer "em relação aos reformados e pensionistas".
Os socialistas, disse, passam "culpas para outros de não haver os aumentos de reformas, quando sabem que não estão impedidos de o fazer, transformando os aumentos que negam aos reformados numa promessa eleitoral para captar o seu voto".
Num discurso de quase 30 minutos, o líder do PCP defendeu que quem votar no PSD, CDS-PP e "seus sucedâneos" está a "reforçar os projetos reacionários de ataque a direitos, cortes nas pensões e salários, ataque ao Serviço Nacional de Saúde".
"Como anos de política de direita de PS e PSD comprovam, as soluções para os problemas do país exigem que, quer maiorias absolutas, quer arranjos entre PS e PSD em curso, sejam derrotados", vincou.
Apelando ao voto na CDU, Jerónimo, que discursou após a intervenção da cabeça de lista por Portalegre, Helena Neves, assinalou que "a situação do país exige uma política alternativa que dê prioridade à solução dos problemas nacionais".
"Nos últimos anos, o caminho de defesa, reposição e conquista de direitos, inseparável da intervenção do PCP, fala por si. É esse caminho que é preciso prosseguir e aprofundar", acrescentou.
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