Na habitual mensagem de Natal, difundida este sábado, dia 25 de dezembro, António Costa salientou que a guerra contra a Covid-19 ainda não acabou, considerou que é fundamental prosseguir o reforço vacinal em Portugal e elogiou o trabalho "inexcedível" dos profissionais de saúde e a resposta do SNS.
Na sua sétima mensagem de Natal desde que exerce as funções de primeiro-ministro, António Costa fez um rasgado elogio à forma como os profissionais de saúde têm estado empenhados no combate à Covid-19.
"Depois do incansável trabalho em 2020; depois da dramática vaga que tiveram de enfrentar em janeiro e fevereiro deste ano, os profissionais de saúde foram mais uma vez inexcedíveis - e, neste caso, muito em especial os enfermeiros - na notável operação de vacinação", declarou.
Mas deixou também avisos em relação à evolução da pandemia nos próximos meses: "A vacina provou ser a arma mais eficaz no combate à pandemia, uma extraordinária vitória da ciência, mas a guerra ainda não acabou. Como sabemos, há milhões de seres humanos em todo o mundo que ainda não tiveram acesso à vacina e, enquanto assim for, o vírus continuará ativo e persistirá o risco de se transformar em novas variantes".
Mensagem de Natal do Primeiro-ministro @antoniocostapm. pic.twitter.com/u9DLjadz1G
— República Portuguesa (@govpt) December 25, 2021
Mas e o que disseram os partidos em reação à mensagem de António Costa?
IL acusa Costa de não perder uma oportunidade de "fazer propaganda"
O presidente da Iniciativa Liberal considerou ontem que a mensagem de Natal do primeiro-ministro foi uma mensagem "sem esperança, sem uma ideia de futuro" e acusou António Costa de não perder "uma oportunidade de fazer propaganda".
Numa reação em vídeo, João Cotrim Figueiredo afirmou que se tratou de "uma mensagem muito triste, sem esperança, sem uma ideia de futuro". "Um pouco como este Governo já nos habituou", disse. O deputado afirmou também que "esta mensagem do primeiro-ministro não tem muito que comentar porque não foi bem mensagem de Natal, foi um comentário à gestão da pandemia".
CDS acusa Costa de querer resumir Portugal "à Covid e ao medo da doença"
O CDS acusou o primeiro-ministro de querer resumir Portugal "à Covid e ao medo da doença" na sua mensagem de Natal, rejeitando o "confinamento político em que António Costa quer encerrar" o país até às legislativas.
Numa reação em vídeo, a cabeça de lista do CDS pelo Porto nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Filipa Correia Pinto, considerou que a mensagem de Natal do chefe do Governo "tem um único objetivo, confinar e resumir Portugal e a nossa vida coletiva à Covid e ao medo da doença".
PSD diz que mensagem de Costa faz crer que só pandemia corre mal no país
O vice-presidente do PSD André Coelho Lima classificou de "contida, geral e abstrata" a mensagem de Natal do primeiro-ministro, por incidir "apenas e só" na pandemia, como se devesse apenas à Covid aquilo que corre mal no país.
"Ao incidir a mensagem apenas e só na pandemia e numa análise geral sobre os efeitos desta, o senhor primeiro-ministro permite que passe a impressão que o que esteja a correr mal no nosso país se deve apenas e só aos efeitos diretos ou indiretos da pandemia e, todos sabemos, não ser verdade", afirmou, numa declaração na sede do PSD do Porto.
Chega. Costa mostrou "incapacidade" de se responsabilizar por problemas
O presidente do Chega defendeu que a mensagem de Natal do primeiro-ministro não traz "nada de novo" e demonstrou uma "incapacidade" de António Costa se responsabilizar pelos problemas do país, além de "esquizofrenia política".
"Estas duas características marcam a mensagem de Natal de António Costa, a incapacidade de se auto responsabilizar e perceber que os erros que o seu Governo cometeu estão a gerar aos portugueses os problemas que hoje estamos a viver, e a esquizofrenia política de não perceber que tudo o que está em seu redor, que todos os grandes dramas que estamos a viver hoje, têm também o seu cunho e a sua mão enquanto primeiro-ministro", afirmou André Ventura.
BE. "Costa teve um discurso monotemático" quando há "desafios variados"
O BE lamentou que a mensagem de Natal do primeiro-ministro tenha sido um "discurso monotemático" e não tenha tido "uma palavra" sobre a falta de professores ou o combate ao crime económico, apontando que se esperava "mais".
"António Costa teve um discurso monotemático num momento em que os desafios do país são variados", afirmou o líder parlamentar bloquista num vídeo enviado às redações. Pedro Filipe Soares defendeu que "esperava-se mais" de "um discurso que em princípio é marcante sobre o momento" que o país atravessa.
PAN defende medidas para valorizar profissionais de saúde e não elogios
O PAN considera que os profissionais de saúde, elogiados pelo primeiro-ministro na sua mensagem de Natal, só serão reconhecidos com uma efetiva valorização das suas carreiras, das condições em que trabalham e um maior investimento no SNS.
Teria sido importante "falar daquela que devia ser uma preocupação e um compromisso efetivo no combate à pobreza, em particular para chegarmos a quem perdeu os seus rendimentos, a quem está na condição de sem abrigo, mas também para a recuperação de salários e o aumento progressivo do que é o ordenado médio das nossas famílias", prosseguiu Inês Sousa Real.
PCP queria que Costa apontasse "resposta global aos problemas"
O PCP defendeu, já este domingo, que o primeiro-ministro devia, na sua mensagem de Natal, ter apontado "uma perspetiva de resposta global aos problemas" dos portugueses e comprometer-se com o reforço dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde.
"Era preciso que a mensagem de Natal do primeiro-ministro apontasse uma perspetiva de resposta global aos problemas do país e do povo português, mas não foi isso que aconteceu", afirmou João Oliveira, líder parlamentar comunista, num vídeo divulgado hoje à imprensa.
[Notícia atualizada às 13h55]
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