A jurista e política Ana Gomes usou este domingo o seu espaço de comentário na SIC Notícias para elogiar a "capacidade negocial" do ministro Pedro Nuno Santos por ter conseguido 'luz verde' de Bruxelas no plano de reestruturação da TAP.
Para a ex-candidata presidencial, esta aprovação do plano de reestruturação foi uma "vitória para o país".
"Estou firmemente convencida da importância estratégica de uma empresa como a TAP para um país com as nossas características, com a nossa diáspora, com a nossa localização geográfica e com o nosso potencial de articulação com o mundo", defendeu a comentadora.
"Sem dúvida uma vitória da capacidade negocial do governo e saber valer em Bruxelas o nosso interesse que era o de não perdermos a TAP em resultado do impacto da pandemia", sublinha afirmando que "todas as companhias tiveram apoios extraordinários" exatamente pelo impacto da pandemia.
Ana Gomes rejeita ainda as críticas que apontam a TAP como uma empresa que tem vindo a 'engolir' os dinheiros públicos. "Até à pandemia a TAP não tinha dinheiros públicos, só com a pandemia é que a situação da TAP se descontrolou e também se descontrolou por aspetos de má gestão", explica a jurista.
No caso da TAP, a aprovação de Bruxelas "permite-nos reestruturar". "É uma grande oportunidade que o país não pode desperdiçar", conclui.
A Comissão Europeia aprovou na passada terça-feira o plano de reestruturação da TAP que "assumirá a forma de 2,55 mil milhões de euros de capital próprio ou de medidas de quase-capital, incluindo a conversão do empréstimo de emergência de 1,2 mil milhões de euros em capital próprio".
Bruxelas explicava, aquando o anúncio da aprovação, que o aval surge após uma investigação aprofundada, iniciada a 16 de julho passado, para avaliar melhor a conformidade do plano de reestruturação proposto por Portugal para a TAP e do auxílio conexo, sendo que nesse mesmo dia a instituição "voltou a aprovar um auxílio de emergência de 1,2 mil milhões de euros a favor da companhia aérea, na sequência da anulação da decisão inicial do Tribunal Geral sobre o auxílio de emergência".
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