Carlos Guimarães Pinto, militante da Iniciativa Liberal, e Miguel Tiago, ex-deputado do PCP, estiveram esta segunda-feira presentes na Edição da Noite da SIC Notícias a comentar a reestruturação da TAP.
Carlos Guimarães Pinto argumentou que “de todos os passageiros que entram no Aeroporto de Lisboa apenas 10% vêm devido a essas rotas que são exclusivas da TAP”.
Na perspetiva do candidato da Iniciativa Liberal pelo Porto, a justificação que o Governo utilizou para os 2,55 mil milhões de euros que deu à TAP “é um argumento completamente descabido porque não há rotas para Lisboa que sejam exclusivas, que resultem apenas da TAP ter o seu hub no Aeroporto de Lisboa".
O ex-líder da Iniciativa Liberal acrescentou ainda que: "Essas rotas não são representativas no total de tráfego no Aeroporto de Lisboa. Esse argumento do hub faz pouco sentido”, concluindo que "as rotas mais importantes do Aeroporto de Lisboa são rotas onde a TAP tem competição por parte de companhias aéreas que não têm em Lisboa o seu hub”.
De referir que o Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou hoje que “sem a TAP não haveria hub e se queremos proteger o hub temos que manter a TAP”. Apesar de partilhar a opinião do Ministro das Infraestruturas e de acreditar que “sem a TAP Lisboa não teria a importância quanto o hub que tem”, Miguel Tiago afirmou que “isso não significa que o Governo esteja a fazer os possíveis e o necessário para que a TAP se mantenha enquanto companhia com a importância que tem e na esfera pública”.
A aprovação desta reestruturação por parte da Comissão Europeia e a sua apresentação como “uma vitória”, nas palavras do ex-deputado do PCP, “deixa muito a desejar” porque “impõe limitações às funcionalidades da empresa”. Comentou também que as perdas que a TAP tem vindo a ter “não são de agora” e que este plano de reestruturação dá a entender que “o Governo se está a preparar para privatizar a TAP no futuro”.
De recordar que a TAP já foi colocada em privatização três vezes.
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