Em Barcelos, à margem de uma ação de pré-campanha para as Legislativas de 30 de janeiro, Inês Sousa Real apontou os exemplos dos governos da Alemanha e da Dinamarca, para vincar a necessidade de mudar de agulha em Portugal.
"Qualquer governo de futuro terá de ser um governo que inclua partidos ambientalistas, como o PAN, partidos progressistas, porque se não dermos essa oportunidade, à semelhança do que aconteceu na Alemanha, em que temos hoje os Verdes na Alemanha encarregues dos ministérios da Economia e das Alterações Climáticas, vamos ter mais do mesmo. E não podemos esperar uma solução diferente para o país e continuarmos a apostar sempre nas mesmas forças políticas", afirmou.
Disse ainda que o PAN (Pessoas-Animais-Natureza) se apresenta nas Legislativas de janeiro como "uma alternativa e um voto útil", com "uma visão diferente da economia, aliada a um empreendedorismo verde e a uma transição energética que é um dos desafios do nosso tempo".
Para Inês Sousa Real, a alternância governativa, entre PSD e PS, registada nos últimos anos em Portugal "não tem levado a uma evolução do país", mas sim à sua estagnação.
Aludiu ao agravamento das assimetrias regionais e sociais, a um elevador social que "continua avariado", à falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde e à necessidade de políticas para combater "de forma mais estrutural" a pobreza no país.
"Espero que possamos romper com esta dicotomia, sempre as mesmas forças políticas que estão no poder, e procurar soluções alternativas, como, por exemplo, na Alemanha ou na Dinamarca, em que há uma maior pluralidade de responsabilidades governativas", afirmou ainda a líder do PAN.
"É essencial que qualquer partido que esteja em condições de formar governo tenha presente que terá de haver uma aproximação às nossas causas, uma preocupação muito mais assertiva e eficaz com aquilo que tem sido a matéria ambiental e também a recuperação socioeconómica do pais, não deixando a proteção dos animais para trás", avisou.
Nas eleições legislativas de 2019, o PAN conseguiu quatro mandatos, dois dos quais em Lisboa, um no Porto e um em Setúbal, neste caso a deputada Cristina Rodrigues, que passou depois a não inscrita.
Para as eleições de janeiro, Inês Sousa Real disse que o objetivo é manter os quatro deputados eleitos em 2019 e conseguir "mais representação em novas geografias".
Nesta ação de campanha em Barcelos, o PAN quis denunciar duas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) que são provisórias há largos anos, que funcionam mal e que "geram descargas" para os cursos de água, assumindo-se como perigos para o ambiente e para a saúde pública.
"É fundamental que se combata a poluição, o tratamento eficaz dos resíduos, um compromisso para que os dinheiros públicos sejam canalizados para estas problemáticas", defendeu.
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