Estas posições foram transmitidas quer antes quer ao longo do próprio debate que António Costa e André Ventura travaram na RTP, em que o secretário-geral do PS e primeiro-ministro não esclareceu em que medida admite entendimentos com um eventual Governo minoritário do PSD.
No início do frente-a-frente, dirigindo-se ao deputado único presidente do Chega, fez uma referência indireta ao presidente do PSD: "Eu não estou aqui nem para o moderar nem para o mitigar".
No final do debate, com cerca de 25 minutos, o secretário-geral do PS voltou à carga contra o alegado posicionamento do PSD em relação ao Chega.
"O grande perigo dos partidos como o Chega é quando começam a ter capacidade de condicionar e influenciar os partidos democráticos, e quando começam aqui a baralhar. Vimos ontem [na quarta-feira] o senhor deputado André Ventura, que é bem falante, já conseguiu até convencer o doutor Rui Rio que a prisão perpétua não é bem prisão perpétua", disse.
Por sua vez, o presidente do Chega prometeu tudo fazer para tirar António Costa e o PS da governação do país, depois de questionado até que ponto estava disponível para ceder, visando viabilizar um Governo do PSD.
"O Chega, neste momento, tem um grande objetivo: tirar António Costa da governação e o PS. E a razão é simples e ficou hoje aqui claro. Faremos todos os sacrifícios que for preciso para isso", declarou.
Mas isso, completou André Ventura, não significa que o seu partido abandona as suas reivindicações.
"Temos de olhar para o eleitorado, ver a força de cada um e que medidas é que podem trazer", acrescentou.
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