"Os debates mostram que o recrudescer desta pandemia não estavam nos planos de António Costa. Este, ao fim de seis anos de governação, preparava-se para tentar 'assaltar' uma maioria absoluta que nunca o disse por vergonha ou táctica política.
Sempre fui contra maiorias, pois dá uma aparente estabilidade, mas tem de sobra excessos, vícios e tiques de autoritarismo de todo o tipo.
A política portuguesa está cada vez mais polarizada e hiper-partidária e nada nos permite acreditar que essa situação mudará num futuro próximo.
É um dos problemas do país, claro, o que mais ocupa espaço no próprio debate político, seja no Parlamento ou nos encontros de todos os tipos que continuam a colonizar a informação.
A pandemia exaustiva que ainda nos abala e nos enche de incertezas começou, há cerca de dois anos, poucos dias após o início do novo Governo de António Costa, com o aval do BE e PCP, sem ser escrito.
A Covid-19 continua em fúria e o governo acabou por cair, porém, há muitos aspectos que afetam a vida dos cidadãos: saúde, justiça, segurança, educação, trabalho e pensões.
A percepção que os cidadãos têm é que vivem muito pior com a escalada dos preços, serviços de saúde lamentáveis, insegurança a rodos, educação periclitante, trabalho, cada vez, mais restrito e mal pago e pensões a definhar.
António Costa tem grande habilidade oratória (há várias peças memoráveis de retórica no seu currículo), falta saber se Rui Rio - que nos debates não tem estado muito bem -, se sinta, de novo, acossado e esteja à altura de quem acredita nele para passar para a política real.
Esta quinta-feira, a pouco mais de duas semanas das eleições, será o teste máximo entre António Costa e Rui Rio.
É importante uma mudança efetiva para este pais, esse é o único debate político real."
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