"Estiveram ausentes muitas das questões que afligem as pessoas." Foi desta forma que João Ferreira, ex-candidato presidencial e vereador da CDU na câmara de Lisboa, qualificou o frente a frente do secretário-geral do PS, António Costa, e do presidente do PSD, Rui Rio, em declarações aos jornalistas durante uma visita à Escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro, na qual substituiu Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.
Apesar da falta de abordagem de temas como a educação, pensões e serviços públicos, João Ferreira destacou que, com o debate de ontem, foi possível perceber “que o PS quer uma maioria absoluta para poder continuar a fugir às soluções que são necessárias para responder a estes problemas, agora admitindo um entendimento com o PSD.” O comunista refere-se à chamada “solução à Guterres”, de negociação de diploma a diploma, uma das opções governativas apresentadas pelo primeiro-ministro em caso de maioria relativa.
João Ferreira salientou ainda que a presença da CDU na equação governativa será uma decisão a definir no dia 30 de janeiro “pelo povo”, rejeitando “[desaproveitar] uma oportunidade para encontrar soluções e garantir avanços a favor da vida das pessoas.”
“Aquilo que resulta claro [é] o contributo que a CDU deu pela sua intervenção para que as coisas que alguns julgavam impossíveis se tornassem realidade”, entre estas a redução das taxas moderadoras, a introdução de manuais escolares gratuitos e também o passe social intermodal nas áreas metropolitanas.
Nesse sentido, “será a CDU a tornar realidade aquilo que alguns não querem fazer hoje, nomeadamente o PS. Mas, para isso, é necessário que a CDU tenha mais força nestas eleições”, rematou.
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