Estas acusações foram feitas por António Costa no final de um encontro com representantes de trabalhadores, em Lisboa, no qual esteve presente o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, e em que o líder socialista procurou salientar o caráter "decisivo" das eleições legislativas de 30 de janeiro.
"Connosco a classe média não vai ter de pagar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), porque [o sistema] vai continuar a ser tendencialmente gratuito. Connosco recusam-se os aventureirismos da direita de colocar metade das contribuições da Segurança Social para um mecanismo de capitalização", declarou o líder socialista.
Neste ponto, referiu mesmo que, durante a crise financeira de 2008, através deste mecanismo bolsista de capitalização em vários países, "milhões de trabalhadores perderam as suas poupanças".
Antes destas críticas, perante uma plateia de trabalhadores, António Costa tentou traçar linhas de demarcação face ao PSD no domínio fiscal, dizendo que, com uma maioria do PS no parlamento, o IRS baixa logo "e não tem de esperar", porque o Orçamento do Estado para 2022 será aprovado.
"Com o [Orçamento do Estado proposto pelo] PS, mais 170 mil famílias ficam isentas de IRS, a classe média pagará menos com o desdobramento de escalões e as famílias com filhos terão ampliados os respetivos benefícios fiscais", disse, contrapondo, a seguir, que a prioridade do PSD é a descida do IRC para todas as empresas, independentemente das suas práticas ao nível do investimento, dos salários ou na contratação coletiva.
Com o PS, no Governo, a descida do IRS "não é promessa para 2025 ou 2026", reforçou, visando novamente o PSD.
No capítulo dos impostos, o secretário-geral do PS acusou o PSD de usar "uma narrativa" para confundir o conceito de carga fiscal com o efetivo pagamento de impostos.
"A carga fiscal aumentou em Portugal porque o desemprego foi reduzido para metade. E se há mais emprego e melhores salários aumentam também as contribuições para a Segurança Social. O conjunto dos portugueses paga hoje menos 6776 mil milhões de euros em impostos do que em 2015", sustentou.
António Costa defendeu ainda que o presidente do PSD, Rui Rio, recorre "a meias-verdades, que se transformam em mentira" sobre a evolução do crescimento económico registado em Portugal desde 2000, advogando que, a partir de 2016, "foi virada a página da estagnação".
"Também não é verdade que seja preciso estagnar salários para conseguir que a economia portuguesa seja competitiva. A direita continua a acreditar nesse modelo, mas a verdade é que as exportações, por exemplo, representam agora 43% do Produto Interno Bruto, acima da percentagem que se verificava em 2015", acrescentou.
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