O encerramento da campanha da Coligação Democrática Unitária (CDU) para as eleições legislativas foi em Braga, para tentar recuperar o deputado perdido há dois anos.
"Que ninguém falte com o seu voto na CDU. Fizemos uma grande campanha, uma campanha em que cada um dos candidatos e cada um dos ativistas da CDU tomou na sua mão o esclarecimento e a mobilização para o voto", considerou Jerónimo de Sousa, no arranque do último comício, na Escola Secundária Sá de Miranda, em Braga.
O líder do PCP sustentou que o "voto seguro é na CDU", elaborando que é a "única força que dá garantias de não vacilar no combate aos projetos reacionários" e contra a política de direita.
A CDU "não se confina perante as dificuldades e não deserta perante os perigos", acrescentou.
No final do discurso de pouco mais de dez minutos, o secretário-geral comunista recordou os tempos de operário metalúrgico e fez uma confissão para explicar a importância de recuperar o deputado neste círculo eleitoral.
"Braga foi sempre um distrito onde, por razões da vida e da luta, muitas vezes nos encontrávamos... Metalúrgicos, químicos, outros profissionais, outros operários... E tínhamos esta solidariedade imensa entre nós. Era uma classe dos trabalhadores, claro que era. Mas, para além disso, havia mais vida. E nós quando vimos eleger um deputado comunista para a Assembleia da República ficámos imensamente contentes", contou.
Perante um auditório cheio, com várias pessoas inclusive a escutá-lo de pé, Jerónimo de Sousa recordou a perda do eleito por Braga em 2019.
No entanto, olhando para plateia, o dirigente comunista disse esperar um resultado diferente este ano: "Hoje, olhar aqui para vocês, para esta casa, e, se calhar estou a exagerar, mas tenho este otimismo, esta confiança, que foi aqui transmitida".
A CDU perdeu há dois anos o deputado em Braga que elegeu durante 17 anos. Antes de 2019, a coligação só tinha falhado a eleição em 1976, 1991 e 2002.
Nas legislativas de 2019, a CDU - que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática - elegeu 12 deputados (dez do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI).
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