Jerónimo de Sousa foi o primeiro líder partidário a reagir aos resultados eleitorais já conhecidos. "O PS tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD ou convergir à Esquerda com a CDU para a resposta aos problemas do país", começou por dizer.
E mais: "Não há chantagem sobre a CDU que a afaste da solução pelas opções que o país precisa. Da parte da CDU reafirmamos o compromisso de sempre com os trabalhadores e o povo português, a determinação de promover a convergência para a solução dos problemas nacionais".
O secretário-geral do PCP reconheceu ainda que o resultado da CDU nas eleições legislativas traduz "uma quebra eleitoral com significativas perdas de deputados", incluindo a representação parlamentar do PEV.
Questionado sobre se a CDU já consegue quantificar a perda de deputados na Assembleia da República, o dirigente comunista referiu que em "percentagem é, de facto, um abaixamento" da "expressão eleitoral" da coligação e que a queda deverá ser de 12 mandatos para "seis ou sete".
Visivelmente emotivo durante a intervenção e a responder às questões dos jornalistas, Jerónimo de Sousa referiu que o PS "no mínimo devia reconhecer um papel decisivo e importante ao PCP e a 'Os Verdes', que sempre procuraram dar uma contribuição concreta" para a resolução dos problemas do país. "Foi pena, houve aqui uma travagem", reconheceu.
Interpelado sobre se já falou com o secretário-geral do PS, António Costa, o secretário-geral comunista referiu que ainda não o tinha feito: "Não falei com António Costa, não tive um encontro com António Costa. Não foi por mal, nem por bem, foi porque não foi possível, quando puder falarei, mas agora não posso, tenho outras prioridades".
Interpelado sobre se estava arrependido da experiência de geringonça, Jerónimo de Sousa respondeu que "não" e disse que a solução que vigorou entre 2015 e 2019 foi feita "com grande frontalidade, onde ninguém procurou enganar".
[Notícia atualizada às 23h00]
Leia Também: PCP diz que "bipolarização artificial" prejudicou resultado da CDU