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Bloco admite que "objetivos não foram atingidos"

 O Bloco de Esquerda admitiu hoje que "os objetivos não foram atingidos" no distrito do Porto, apontando como justificação a "bipolarização entre PS e PSD", e salientou como positivo o partido ter tido "melhor resultado que a extrema-direita".

Bloco admite que "objetivos não foram atingidos"
Notícias ao Minuto

16:45 - 31/01/22 por Lusa

Política Legislativas

Em declarações à Lusa, José Soeiro, eleito deputado pelo círculo do Porto, afirmou que os resultados das eleições de domingo, que deram a maioria absoluta ao PS e uma descida de 19 para cinco deputados para o BE, são resultado da "estratégia de António Costa" que "começou com provocar a queda do Governo" em outubro.

"Os órgãos nacionais ainda vão reunir mas há elementos analíticos, objetivos. Perdemos representatividade no Porto, elegemos só dois deputados, e não atingimos os nossos objetivos", admitiu.

Para José Soeiro, "o resultado da esquerda, nomeadamente do BE, deve-se à bipolarização entre PS e PSD feita durante a campanha".

Sobre os resultados, quer no distrito do Porto quer a nível nacional, o deputado bloquista referiu que "há uma queda da esquerda em favor do PS e uma recomposição da direita, nomeadamente a entrada da agressividade liberal que a Iniciativa Liberal representa".

O bloquista salientou que os números são resultado da estratégia do líder do PS: "António Costa começou uma estratégia em outubro ao provocar a queda do Governo para ter uma maioria absoluta e conseguiu", referiu.

Apesar dos resultados, Soeiro considerou como positivo o facto de no círculo do Porto o BE ter tido mais votos e eleito mais deputados do que o Chega.

"Ficámos à frente da extrema-direita no distrito, o que é muito importante", disse.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção desceu para os 42,04% depois nas legislativas de 2019 ter alcançado os 51,4%.

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