"Tenho ouvido algumas opiniões [sobre a coligação com o CDS-PP]. Vamos tomar as decisões que têm que ser tomadas", declarou Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da visita que efetuou a uma empresa do setor a construção civil.
O também presidente do Governo da Madeira opinou que é necessário ter "calma, analisar como será a evolução e recomposição dos partidos de centro-direita", destacando que esta região "foi o único lugar" onde o PSD e CDS venceram as eleições legislativas nacionais.
"Houve uma hecatombe e há uma recomposição em curso nos dois partidos. Aqui não tivemos nenhuma hecatombe, ganhámos as eleições em 10 dos 11 concelhos. Portanto, não vejo qual o drama", argumentou.
Albuquerque enfatizou que "para o futuro tudo será decidido" em termos de coligação.
"Mas, neste momento, o que é fundamental acentuar perante os madeirenses e porto-santenses com quem nós temos um contrato de honra é o cumprimento integral daquilo que é o programa do Governo Regional e os princípios que, quer no grupo parlamentar, quer no governo [da Madeira] foram assinados" pelos líderes dos dois partidos no acordo de coligação.
Albuquerque realçou que existe "um compromisso sagrado" para o cumprimento integral do programa do Governo Regional de coligação PSD/CDS "até o próximo ano", o que "implica estabilidade política, social, económica e previsibilidade das políticas que estão a ser seguidas".
Também considerou ser "fundamental perceber que, numa eleição, os resultados devem ter sido analisados conjunturalmente e não em termos definitivos".
Questionado sobre a demissão do atual líder nacional do PSD, Rui Rio, na sequência do mau resultado eleitoral, opinou: "Acho que vamos ter um conjunto de candidatos" (à liderança nacional do partido].
O chefe do Governo madeirense frisou ainda que "são circunstâncias muito difíceis porque o PSD vai estar na oposição durante quatro anos e sujeito a uma maioria absoluta do PS".
"Espero que não seja aquilo que estou a prever", apontou, mencionando que existem "antecedentes relativamente à maioria absoluta" dos PS.
Na Madeira, o PSD manteve-se como o partido mais votado em legislativas nacionais e, pela primeira vez coligado com o CDS, apenas manteve os três lugares na Assembleia da República, os mesmos que o PS.
As eleições legislativas nacionais não tiveram assim implicação na representação dos seis deputados eleitos pelo circulo da Região Autónoma da Madeira.
O PSD/Madeira, que sempre concorreu sozinho neste tipo de ato eleitoral e tinha uma representação na Assembleia da República de três parlamentares, apostou na coligação com o CDS-PP ('Madeira Primeiro') e obteve um total de 50.634 votos (39,83%).