Vice-presidência da AR. Chega quer "os lugares do sistema", diz BE
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, disse que o “partido que prometia fazer tremer o sistema” revelou, com esta proposta, que a sua “ intenção era apenas metafórica”.
© Notícias ao Minuto/Anabela Dantas
Política Bloco de Esquerda
Na semana passada, o Chega indicou o nome de Diogo Pacheco de Amorim para o cargo de vice-presidente da Assembleia da República. A proposta tem sido alvo de rejeição por parte de alguns partidos, e agora foi a vez de Pedro Filipe Soares, líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, comentar o tema.
Num artigo de opinião para o jornal Público, o deputado começou por referir que o “partido que prometia fazer tremer o sistema” revelou, com esta proposta, que a sua “ intenção era apenas metafórica”. Na perspetiva do bloquista, o Chega “ na verdade queria mesmo era os lugares do sistema”.
No mesmo texto, o presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda explica que a Constituição da República Portuguesa diz apenas “que os quatro maiores partidos podem apresentar nomes para os lugares da Mesa da Assembleia da República”. Depois disso, cada candidato ao cargo deve “conseguir 116 votos para ser eleito”. Ou seja, “passar no sufrágio democrático e conseguir uma maioria parlamentar de apoio”.
Quanto à acusação, feita por André Ventura, de que os outros partidos têm vindo a adotar uma "atitude de boicote" face ao Chega no que toca a esta matéria, Pedro Filipe Soares comenta que o presidente do Chega “não pode ganhar na secretaria aquilo que não consegue na urna”. E acrescenta, que esta república que temos “ainda não é a república das bananas”.
O deputado bloquista culpa ainda a “comunicação social” pelo destaque que foi atribuído a esta discussão, que possibilitou que “de completos desconhecidos há pouco mais de uma semana, foi quase completa a rodagem do novo grupo parlamentar” do Chega. Pedro Filipe Soares considera ainda que “dar espaço mediático à extrema direita não é um serviço à democracia”.
O presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda aponta ainda que todo este “ circo que durou mais de uma semana só foi possível porque o PS o permitiu”. Isto porque “António Costa garantia não chamar o Chega para reunir”, enquanto simultaneamente “criava um tabu sobre a participação da extrema direita na Mesa da Assembleia da República.
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