"No que toca ao BE consideramos que é tempo de fazer o levantamento da esmagadora maioria das medidas que ainda vigoram exatamente porque hoje temos uma vacina, porque estarão para entrar medicamentos, porque esta variante é menos perigosa e porque temos que ter normalidade na sociedade, mesmo na fase endémica desta nova doença", defendeu o deputado bloquista Moisés Ferreira aos jornalistas, na Assembleia da República, em Lisboa.
Para o BE, é tempo de fazer o "levantamento imediato" de muitas restrições, entre elas, o uso de máscara no exterior "que devem passar a ser recomendadas", "acabar com questões como limitações no acesso a determinados espaços, a questão do uso do certificado ser muito restrito", entre outras, enumerou.
"Mas com a perspetiva de daqui a uma, duas, três, quatro semanas, essas medidas também serem levantadas. E, portanto, termos no curto prazo o levantamento de todas as medidas, agora de forma mais ou menos ainda gradual, mas quando digo de forma mais ou menos gradual estamos a falar no limite temporal de algumas semanas apenas", explicou, se não se verificar um aumento da gravidade da pandemia.
No entanto, para os bloquistas, é também tempo de "fazer coisas que já deviam ter sido feitas desde o início da pandemia, nomeadamente o reforço do Serviço Nacional de Saúde", acrescentou o deputado.
Moisés Ferreira frisou que "mais importante até do que neste momento o levantamento de medidas, que é algo normal e natural e que deve acontecer rapidamente, é mesmo fazer o reforço do SNS, a valorização dos profissionais do SNS".
"E isso faz-se obviamente garantindo não só um melhor orçamento para o SNS, mas uma coisa ainda mais importante do que isso é garantir que esse orçamento não é, como está a acontecer atualmente, predado pelo setor privado e pelos interesses privados que usam esse orçamento para crescer, mas que ao fazê-lo estão a debilitar o SNS", argumentou.
Para o BE, é inaceitável que continuem a existir notícias de "profissionais que estão sobrecarregados e cujas carreiras não foram minimamente alteradas e, portanto, não foram minimamente valorizados", demissões de diretores de serviço de hospitais, utentes sem médico de família ou "pessoas que necessitam de apoio no que toca à saúde mental e respostas que não existem no terreno para garantir esse acesso aos cuidados de saúde".
O deputado bloquista frisou que a vacina contra a covid-19 já foi descoberta e "é eficaz", que o país está perante uma variante "muito menos perigosa" e que a "pandemia está a entrar numa nova fase, nomeadamente na sua fase endémica".
"E, portanto, nós estamos também na fase em que enquanto sociedade, enquanto país, temos que aprender a viver com normalidade com este vírus e com esta nova doença", vincou.
A ministra da Saúde considerou hoje que Portugal se encontra numa nova fase da pandemia da covid-19 e admitiu o alívio de medidas de mitigação, com nova política de testagem e a revisão da obrigatoriedade de máscara.
"Tão rápido quanto possível e tão devagar quanto necessário", disse Marta Temido sobre o eventual alívio de restrições, em declarações aos jornalistas à saída da reunião do Infarmed, que juntou hoje peritos e responsáveis políticos para avaliar a evolução da situação epidemiológica.
Resumindo as conclusões do encontro, a ministra da Saúde referiu que é possível considerar que o país se encontra já numa nova fase da pandemia da covid-19, apesar de admitir que há ainda muitas incertezas, abrindo a porta à revisão das medidas atualmente em vigor.
Concretamente, Marta Temido referiu uma nova política de testagem, a avaliação dos contextos em que o uso obrigatório de máscara possa vir a cair e a alteração das situações em que é exigida a apresentação do certificado digital.
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