Após dois pacotes de sanções anunciados na semana passada de congelamento de bens a instituições financeiras e personalidades próximas do regime do presidente russo, Vladimir Putin, Rio deseja um "terceiro nível de sanções (...) que seja brutal, prejudicando de uma forma decisiva a economia russa e o desenvolvimento da própria Rússia", mas ressalva que "não pode ser feito de imediato porque têm de ser estudados os efeitos que essas sanções mais pesadas têm sobre toda a economia europeia".
A expulsão da Rússia do sistema de pagamentos bancários SWIFT ou o fim da importação de gás e petróleo da Rússia são duas das medidas que têm vindo a ser discutidas nos últimos dias, embora ainda sem consenso na União Europeia (UE).
Rio quer que a UE estude as medidas "mais estranguladoras do desenvolvimento" da Rússia, mas, ao mesmo tempo, que seja definida uma estratégia para reduzir o impacto negativo previsto, em particular na economia alemã, porque é o "motor da economia europeia".
"Podemos estar a rebentar, se me permite o termo, a destruir bastante da economia russa - temos de estar preparados porque isso também é pesado para nós. Mas temos de medir exatamente o que é que isso significa. E, se as decidirmos tomar, também ao mesmo tempo preparar aquilo que possam ser as contra medidas ou o antídoto que possamos arranjar para proteger a economia europeia", vincou.
Rio insistiu também que qualquer iniciativa de Portugal relativamente a este conflito deve ser feita no âmbito da UE, nomeadamente no acolhimento de refugiados, e enfatizou a importância das alianças internacionais e instituições multilaterais.
"Nada como uma situação destas para que também a população entenda a importância de uma associação militar como a NATO", referiu.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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