BE. É preciso "secar dinheiro" à oligarquia russa para "travar a guerra"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse hoje que para "travar a guerra" na Ucrânia é preciso "combater onde dói" ao presidente russo e "secar o dinheiro" da oligarquia que o "suporta".

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Lusa
05/03/2022 18:43 ‧ 05/03/2022 por Lusa

Política

Guerra na Ucrânia

"Para ajudar a Ucrânia é preciso ter a coragem de combater onde dói a Putin e, para isso, é secar o dinheiro da oligarquia que o suporta", afirmou.

Para Catarina Martins, que falava aos jornalistas no porto de pesca de Vila Praia de Âncora, no final de uma reunião com a Associação de Pescadores profissionais e desportivos, "secar financeiramente Putin" é um dos "mecanismos para travar a guerra", na Ucrânia.

"Não tenhamos ilusões. Ela [guerra] será travada por quem combate, na Ucrânia, contra Putin, mas também por quem, na Rússia combate Putin. Terá de ser travada [também] com o apoio internacional e com sanções económicas que doam àqueles que suportam o regime de Putin. Aos oligarcas e, em Portugal há oligarcas russos com interesses económicos. É normal que Portugal os identifique e é normal que trave os seus bens. Isso tem de ser feito", exortou.

A líder bloquista considerou ser "inaceitável" que "o Governo português tenha dito que não sabe quem são os oligarcas russos com interesses em Portugal, numa espécie de impotência no esforço internacional que é feito para secar financeiramente Putin".

"A Mariana [Mortágua] investigou e apresentou provas. Mas há mais. Muito mais e o Governo português tem de fazer mais sobre isso", afirmou, referindo-se às declarações da deputada do BE, na segunda-feira, num espaço de comentário da SIC Notícias sobre a invasão russa à Ucrânia.

Mariana Mortágua acusou o presidente do Conselho de Administração do Grupo Bel e do Global Media Group (GMG), que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF e outras publicações, de ter ligações com um oligarca russo.

Catarina Martins alertou que, na próxima semana, o Parlamento Europeu "vai votar questões relacionadas com os vistos 'gold'", e disse ser "importante que todos os partidos portugueses votem para acabar" com aquela medida.

"Portugal é um dos países que tem um regime mais permeável à corrupção, ao branqueamento de capitais e que está a ajudar, efetivamente, a oligarquia que ganha com a guerra. Todos os que disseram que estão contra a guerra, agora têm de ser consequentes e ter a coragem de aprovar as sanções económicas que doem. E isso significa, na próxima semana, acabar com os vistos 'gold' em toda Europa e acabar com o regime que há em Portugal", adiantou.

Defendeu que Portugal "não deve ficar à espera do Parlamento Europeu" e que "pode fazer já a identificação dos cidadãos com interesses económicos vastos na Rússia, oligarcas russos que tenham vistos 'gold'".

"Deve suspender esses vistos. Portugal pode e deve fazê-lo", frisou.

"Que se diga que quer ajudar a Ucrânia e que depois venha o Governo português dizer que não faz a mínima ideia quais são os oligarcas que têm o seu dinheiro escondido em Portugal é que não é suportável", insistiu.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: Zelensky recebe promessa de mais ajuda militar dos EUA

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