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PCP demarca-se de Putin, pede paz e queixa-se de campanha anticomunista

O secretário-geral do PCP demarcou hoje o seu partido do poder russo liderado por Vladimir Putin e apelou à paz na Ucrânia, queixando-se de que esta guerra tem sido "pretexto para uma nova campanha anticomunista".

PCP demarca-se de Putin, pede paz e queixa-se de campanha anticomunista
Notícias ao Minuto

18:29 - 06/03/22 por Lusa

Política Guerra na Ucrânia

Num comício comemorativo do 101.º aniversário do PCP, no Campo Pequeno, em Lisboa, em que se gritou "paz sim, guerra não", Jerónimo de Sousa condenou "a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia".

Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP falou perto de dez minutos sobre a situação na Ucrânia, "uma guerra que urge parar e que nunca deveria ter começado", que alegou apenas servir "a administração norte-americana e o seu complexo militar-industrial para desviar atenção dos problemas internos".

"O PCP não apoia a guerra. Isso é uma vergonhosa calúnia. O PCP tem um património inigualável na luta pela paz. O PCP não tem nada a ver com o Governo russo e o seu Presidente. A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos", afirmou.

Em seguida, o secretário-geral do PCP acusou os Estados Unidos da América de há muito tempo levarem a cabo uma "estratégia de escalada armamentista e de dominação imperialista" e de terem promovido um "golpe de Estado" na Ucrânia em 2014, "que instaurou um poder xenófobo e belicista".

Aplaudido por milhares de pessoas que enchiam o recinto, mais de sete mil segundo a organização, Jerónimo de Sousa declarou: "Não caricaturem a posição do PCP que, sem equívocos, e ao contrário de outros, condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação: o golpe de Estado de 2014 promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia".

"O PCP apela ao povo português para a mobilização e a ação pela paz, e não para a escalada da guerra, e apela à solidariedade e ajuda humanitária às populações, que não se pode confundir com o apoio a grupos fascistas ou neonazis", acrescentou.

No fim desta parte do seu discurso, o secretário-geral do PCP defendeu "o reforço da luta contra o fascismo e a guerra, contra a escalada de confrontação, as agressões e as ingerências do imperialismo, contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução, contra a militarização da União Europeia, pelo fim das sanções e dos bloqueios, pela paz e o desarmamento no mundo, pelo fim das armas nucleares, pelo respeito dos direitos da soberania dos povos".

Antes, Jerónimo de Sousa referiu "da Palestina à Síria, do Iraque à Líbia, da Jugoslávia ao Afeganistão, os povos conheceram o drama da destruição e da guerra, pela mão dos que hoje se fazem passar por pombas inofensivas e amantes da paz".

Sobre o caso da Ucrânia, perguntou: "A quem serve a guerra?".

E deu a resposta: "Não serve os ucranianos nem os russos, tão pouco os restantes povos europeus. Serve, sim, a administração norte-americana e o seu complexo militar-industrial para desviar atenção dos problemas internos, para vender armas em larga escala, para se aproveitar económica e militarmente de uma guerra a milhares de quilómetros das suas fronteiras".

"O PCP está do lado da paz, e não da guerra", reiterou, condenando "a violação dos princípios do direito internacional, da Carta da ONU e da Ata Final da Conferência de Helsínquia".

Segundo o secretário-geral do PCP, "são necessárias iniciativas que contribuam para a desescalada do conflito na Ucrânia, para o cessar-fogo, para um processo de diálogo com vista a uma solução negociada para o conflito, à resposta aos problemas de segurança coletiva e do desarmamento na Europa".

Jerónimo de Sousa considerou que "em nome da guerra está em curso a mais desbragada intolerância e difusão de ódio fascizante, a criminalização do pensamento e de toda e qualquer opinião que questione a ditadura do pensamento único, a instituição da censura, o condicionamento do acesso à informação, a limitação de liberdades, direitos", à escala global e em Portugal, "ofensiva que, se não for combatida e derrotada, atingirá todos os democratas e a própria democracia e contaminará a vida nacional".

Por outro lado, alertou para "o risco sério de novo aproveitamento de toda a situação para subir os preços, aumentar juros, promover a especulação e infligir novos ataques aos direitos".

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.

Segundo a ONU, esta guerra já provocou mais de 1,5 milhões de refugiados e, de acordo com as autoridades ucranianas, mais de 2.000 mortos civis.

Leia Também: Cerca de 20 mil estrangeiros já se voluntariaram para ajudar a Ucrânia

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