Esta proposta de nomeação consta de uma nota no portal da Presidência da República, divulgada após o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter aceitado hoje a lista de ministros do XXIII Governo Constitucional proposta por António Costa.
Elvira Maria Correia Fortunato nasceu em Almada, em 1964, tem licenciatura em Física e Engenharia de Materiais, doutoramento em Engenharia de Materiais e é atualmente vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa.
Integra desde 2010 a Chancelaria das Ordens Honorificas de Portugal, a funcionar junto da Presidência da República, e é pioneira na investigação europeia sobre eletrónica transparente utilizando materiais sustentáveis e tecnologias amigas do ambiente.
A ministra que inventou o 'papel eletrónico' e deu voz a boneco animado
A nova ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, é engenheira, professora e multipremiada e multifacetada cientista, que inventou com o marido o "papel eletrónico" e emprestou a voz a um boneco animado que a personifica.
Natural de Almada, concelho onde vive, Elvira Maria Correia Fortunato, 57 anos, é doutorada em engenharia de materiais, na especialidade de microeletrónica e optoeletrónica, pela Universidade Nova de Lisboa, de que é vice-reitora desde 2017.
Nos últimos dez anos, a investigadora recebeu mais de 18 prémios e distinções internacionais pelo seu trabalho, incluindo a Medalha Blaise Pascal da Academia Europeia de Ciências, em 2016, e o Prémio Estreito de Magalhães do Governo do Chile, em 2020.
Fruto ainda do seu percurso profissional, foi distinguida com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 2010, com o Prémio Pessoa, em 2020, e com a Medalha de Ouro da Ordem dos Engenheiros, em 2021.
Em 2008, Elvira Fortunado e colegas, incluindo o marido, Rodrigo Martins, demonstraram que era possível fazer o primeiro transístor de papel, iniciando um novo campo na área da eletrónica de papel.
O Conselho Europeu de Investigação atribuiu, nesse ano, à cientista uma bolsa no valor de 2,25 milhões de euros e, dez anos depois, em 2018, concedeu-lhe uma bolsa de 3,5 milhões de euros, o maior montante alguma vez dado a um investigador em Portugal.
A engenheira de materiais foi conselheira científica da Comissão Europeia durante o mandato do comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação Carlos Moedas, atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Elvira Fortunato é professora catedrática no Departamento de Ciência dos Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde se formou, e membro do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Europeia de Ciências e do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
Ao lado do marido, que preside à Academia Europeia de Ciências desde 2018, Elvira Fortunato dirige desde 1998 a equipa do Cenimat - Centro de Investigação de Materiais que se destacou pela descoberta do transístor de papel.
A cientista, que, na área dos materiais, coordena ainda o laboratório i3N - Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelagem e Nanofabricação, sucede no cargo a Manuel Heitor, também ele investigador e professor universitário, que assumiu funções em 2015.
É autora e coautora de mais de 900 artigos publicados em revistas científicas e de 50 livros. No livro infanto-juvenil "As cientistas" é uma das duas portuguesas retratadas.
Para lá da investigação científica, Elvira Fortunato já chegou ao cinema, dando voz à personagem Marlene Starr, uma das mais bem-sucedidas cientistas do mundo, na versão portuguesa do filme de animação "Um Susto de Família 2", em exibição.
Numa iniciativa que visa inspirar as meninas para a ciência, é também um dos "rostos" de uma das bonecas Barbie.
Figura mediática e reconhecida mundialmente, tem criticado a burocracia e o subfinanciamento da investigação científica em Portugal, onde escolheu trabalhar.
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