Rio critica "interpretação" do PS sobre não eleição de 'vices' da AR
O presidente do PSD criticou hoje a "curiosíssima interpretação" do PS sobre a não eleição dos candidatos a vice-presidentes do parlamento indicados pelo Chega e IL, salientando que os socialistas têm votos que permitem "eleger todos os candidatos".
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Numa publicação na rede social Twitter, Rui Rio reagiu às declarações do novo líder parlamentar do PS, que sugeriu hoje que o PSD terá inviabilizado o nome de João Cotrim de Figueiredo (IL) para a vice-presidência da Mesa do parlamento, baseado nos resultados dos candidatos dos vários partidos.
"Para o PS, perante o chumbo de dois candidatos numa mesma eleição, num caso é um resultado natural, no outro há culpados. Culpados ... de votarem", refere Rui Rio.
Para o presidente do PSD, trata-se de uma "curiosíssima interpretação de um partido que tem um número de deputados suficientes para sozinho conseguir eleger todos os candidatos", referindo-se aos 120 parlamentares socialistas, mais do que a necessária maioria absoluta de 116 para eleger os vice-presidentes do parlamento.
Para o PS, perante o chumbo de 2 candidatos numa mesma eleição, num caso é um resultado natural, no outro há culpados.
— Rui Rio (@RuiRioPSD) March 31, 2022
Culpados … de votarem.
Curiosíssima interpretação de um partido que tem um número de deputados suficientes para sozinho conseguir eleger todos os candidatos. https://t.co/M3ikst2WcB
O parlamento 'chumbou' hoje os dois candidatos propostos pelo Chega para 'vices' da Assembleia, Diogo Pacheco de Amorim (35 votos a favor) e Gabriel Mithá Ribeiro (37 votos favoráveis), bem como o deputado e presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo (108 votos a favor).
Foram eleitos apenas dois dos quatro candidatos a vice-presidente, Edite Estrela (PS) e Adão Silva (PSD).
Numa reação no final das votações, na Assembleia da República, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, referiu que "os jornalistas têm acesso aos resultados parciais das votações e não é difícil perceber qual foi o partido político que quis inviabilizar a candidatura do deputado João Cotrim Figueiredo".
"Mas, naturalmente, o voto é secreto e, portanto, esta afirmação carece de poder verificar-se, mas da leitura dos resultados não restam dúvidas de quem entendeu vetar o nome do senhor deputado Cotrim Figueiredo", afirmou.
Questionado diretamente se estava a referir-se ao PSD, Eurico Brilhante Dias respondeu: "Eu não posso fazer essa afirmação perentória, não a farei. Mas os senhores jornalistas facilmente olham para os resultados eleitorais e conseguem perceber objetivamente qual a variação de resultados entre candidatos e aquilo que aconteceu em particular ao deputado João Cotrim de Figueiredo. Não será difícil perceber", vincou.
Quanto aos deputados do Chega, Brilhante Dias afirmou que "foi o resultado natural, repetido duas vezes, porque em consciência os deputados da generalidade dos partidos consideraram que não era adequado que uma força política não democrática pudesse estar representada na Mesa da Assembleia da República".
"Os deputados do PS distinguiram de forma clara candidatos de forças políticas democráticas de candidatos de forças políticas antidemocráticas e com forte conotação racista e xenófoba, e isso ficou evidente na votação de hoje", sublinhou.
O grupo parlamentar do PSD tem um total de 77 deputados e os seus candidatos aos lugares da Mesa da Assembleia da República obtiveram sempre mais do que 180 votos -- resultados sempre acima dos candidatos do PS, que tem maioria absoluta na Assembleia da República e uma bancada de 120 parlamentares.
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