"O Governo [Regional], com mais dinheiro, com mais receita, não consegue, por exemplo, pagar os medicamentos aos fornecedores do Hospital", criticou Paulo Cafôfo numa conferência de imprensa realizada no Funchal.
O dirigente socialista referiu que "a falta de remédios tem sido sistemática, seja nas urgências, para doenças respiratórias, seja para doentes crónicos e doentes oncológicos" no hospital do Funchal.
Também falou da situação das "urgências entupidas, que se deve a várias razões, uma delas as altas problemáticas, que atingem neste momento um recorde de 230, sem que o Governo encontre uma solução".
"Necessitamos de uma reorganização do Sistema Regional de Saúde, a começar pela própria orgânica do Governo. Com um Governo do PS, iremos juntar a área da Saúde à área Social, porque faz todo o sentido esta intercomunicabilidade em duas áreas que se tocam e que são fundamentais para os madeirenses", adiantou.
Segundo o responsável socialista insular, "as urgências acabaram por ser a porta de entrada no Serviço de Saúde, quando deviam ser o último recurso", acrescentando que contribui para, "de uma forma indigna, haver pessoas nos corredores dias e dias nas urgências sem uma solução".
"Isto acontece porque o sistema falha na base, que são os cuidados primários, mas também nas próprias consultas de especialidade", opinou.
Cafôfo insistiu que, em 2024, as listas de espera para consultas de especialidade aumentaram 68%, para cirurgias cresceram 85% e para exames de diagnóstico aumentaram 87%. "Como as pessoas não têm resposta no Serviço Regional de Saúde, o único recurso (que devia ser o último, mas acaba por ser o primeiro) é irem às urgências. Portanto, nós precisamos de uma reorganização total do Sistema Regional de Saúde", reforçou.
O responsável defendeu assim uma reorganização do Sistema Regional de Saúde, "por forma a resolver os problemas que atualmente enfermam o setor, e adiantou que, com um Governo do PS, haverá uma junção das áreas da Saúde e do Social".
Cafôfo reforçou que "os problemas têm vindo a acumular-se e não são resolvidos", mas esta situação "não se deve a motivos financeiros, já que este é o Governo que tem tido mais dinheiro em toda a nossa história".
Mencionou que além das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no ano passado, até novembro, as receitas do Executivo Regional "muitas delas dos impostos dos madeirenses -- terem aumentado 215 milhões de euros".
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